Educação Especial
FENPROF em conferência de imprensa

ME persiste em discriminar profissionais da educação especial com idêntica formação

21 de junho, 2006

"Os lugares de educação especial do ano escolar 2006/2007 sofreram uma diminuição muito significativa comparativamente aos do ano escolar 2005/2006 - dos 7423 para os 2155. Há uma diminuição de 70,97% nos lugares", revelou a FENPROF em conferência de imprensa realizada a 30 de Maio, em Lisboa.

"Se, em média, cada docente de educação especial, no ano escolar 2005/2006, apoiar 7 alunos com necessidades educativas especiais de carácter prolongado (sem perceber a definição e critérios que estiveram na base desta classificação) temos cerca de 44.538 alunos abrangidos pelos serviços de educação especial", observa a FENPROF, que acrescenta:

"Se alguns destes alunos, por força de transitarem de nível ou ciclo de ensino, saírem do sistema escolar (por transição para a vida activa ou para o ensino superior), ficaremos com cerca de 44 000 alunos para serem apoiados pelos serviços de educação especial, para o ano escolar 2006/2007. Assim, o rácio docente de educação especial/aluno com necessidades educativas especiais cifrar-se-á nos 24 alunos por docente"

No encontro com os jornalistas foi divulgado o "Estudo comparativo - lugares de educação Especial, 2005/2006 - 2006-2007", que a FENPROF entregaria após a conferência de imprensa na Comissão de Educação da Assembleia da República.

Como foi sublinhado no encontro com os profissionais da comunicação social, "à margem ou mesmo contra a lei existente, o ME persiste em discriminar profissionais da educação especial com idêntica formação, fazendo com que haja professores que caiam na lista ordenada 1000 e mais lugares".
No diálogo com os jornalistas participaram docentes do distrito de Braga afectadas pelas preversidades dos despachos que saíram do ME e os dirigentes Mário Nogueira, Vítor Gomes e Filomena Ventura.

"Dos gabinetes do Ministério", comentaria Filomena Ventura, "ninguém fala das condições de trabalho da educação especial nos Agrupamentos, em que o armário é a mochila ou a bagageira do carro do docente, que entretanto paga do seu bolso os materiais e os livros que necessita para a sua actividade."

 

JPO