Quase no final do mês de Junho, em época de reuniões de avaliação e de vários procedimentos burocráticos e administrativos que são característicos do final das actividades lectivas, tive de efectuar o tão afamado relatório. Um relatório complexo e enfadonho com uma extensa lista de parâmetros que os relatores teriam de analisar e contemplar na avaliação do nosso trabalho, bem como, uma série de evidências para cada item a avaliar, mesmo sem termos aulas observadas.
Evidências que em algumas situações tinham sido observadas por todos na escola, que em muitos casos se encontram registadas em actas de Conselhos de Turma, no Plano Anual de Actividades, nos Projectos Curriculares de Turma. Cuja planificação e avaliação se encontra arquivada nos mais variados dossiers. Para além de planificar, realizar e avaliar as actividades dinamizadas passou-se a ter de provar que foram realizadas, anexando-se ao relatório em alguns casos as evidências das evidências, quando o trabalho realizado estava à vista de todos.
Estamos perante um sistema de avaliação burocrático, que fomenta o fim do trabalho cooperativo nas escolas, uma vez que, todos estamos a competir pela tão cobiçada menção de Muito Bom ou Excelente, dependente de uma cota e que no caso dos professores contratados lhes permitirá ultrapassar os colegas mais graduados nas listas de graduação.
Elisabete Silva
Escola E.B. 2,3 Dr. Alberto Iria