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Maria Isabel Lemos - Docente do Quadro do Agrupamento de Escolas da Mealhada

Um baú de paradoxos

27 de julho, 2011

O moribundo modelo de avaliação de professores era um baú de paradoxos.

O paradoxo entre uma avaliação que não era mais que uma classificação destinada a “batutar” a progressão na carreira docente e, o que se desejaria: a regulação do processo de ensino e a melhoria das aprendizagens dos alunos.

O paradoxo de haver relatados sem relator, se se cumprisse a legislação que regulamentava o processo e no caso de professores únicos no seu grupo de recrutamento, fosse na escola ou no agrupamento, e, por outro lado, relatores com mais de uma dezena de relatados, no caso de coordenadores de departamentos com enorme número de professores ou ainda relatores de um só relatado, o que também acontecia.

O paradoxo entre o tempo e energias gastos em discussões e reflexões à procura de uma suposta equidade, nunca encontrada porque não seria possível, e a falta de tempo dos professores para o acompanhamento e optimização de estratégias conducentes ao êxito dos alunos e à qualidade do sucesso escolar.

O maior paradoxo é eu estar agora, na presente data, a escrever usando um pretérito imperfeito quando, por tudo quanto já foi dito, escrito, declarado sem reticências por tanta gente, inclusivamente responsáveis governamentais, só seria compreensível usar um pretérito absoluta e inquestionavelmente perfeito.

Fecho o baú por aqui… Estou cansada... Dantes, os baús faziam-me sonhar…

Maria Isabel Lemos
Docente do Quadro do Agrupamento de Escolas  da Mealhada