Todas as notícias
Xesús Bermello, Confederação Intersindical Galega/CIG – Ensino:

“Quando o trabalho de equipa funciona melhor, o centro educativo funciona também melhor”

29 de março, 2014

“O desvio de fundos públicos para as instituições privadas de ensino” é, hoje, uma das marcas da política de educação em Espanha e na Galiza, como realçou Xesús Bermello, no recomeço dos trabalhos da 4ª Conferência Nacional do 1º Ciclo do Ensino Básico, esta manhã, no Instituto Franco Português, em Lisboa.

Professor, membro da Confederação Intersindical Galega/CIG – Ensino, Xesús Bermello explicou aos delegados “como funcionam as escolas de educação primária”, dando particular destaque à dinâmica das equipas educativas – “fundamental” no dia-a-dia das escolas galegas, uma experiência que o auditório acompanhou com especial interesse.

“Quando o trabalho de equipa funciona melhor, o centro educativo funciona também melhor”, salientou Xesús Bermello.

A característica essencial dos centros educativos primário na Galiza é a existência de docentes especializados. “Temos o docente generalista (matemática, ciências naturais, ciências sociais, etc) e temos os docentes de educação física, de ensino musical, de inglês (pode haver também de francês); e temos ainda outros elementos, por exemplo na área da pedagogia terapêutica (para alunos com NEE) e também um especialista linguagem e de orientação”, explicou Xesús Bermello.

Além de reuniões regulares gerais de coordenação, realizam-se mensalmente reuniões específicas de coordenação pedagógica, de normalização linguística, das atividades complementares e da orientação (equipa esta que acompanha também a situação dos alunos com necessidades educativas especiais).

"Cenário sombrio"

O convidado da 4ª Conferência fez uma síntese da estrutura legal e das reformas do governo de direita de Rajoy, alertando para a gravidade das medidas que se farão sentir já a partir de setembro próximo – “cenário sombrio”, afetando o serviço público de educação (desmantelamento de serviços, menos qualidade), os professores (mais instabilidade) e os alunos (introdução de exames e controlo dos currículos).

“Após a queda da ditadura franquista este é o primeiro governo que aprova leis fundamentais o ensino e da educação por apenas um partido”, registou o dirigente sindical galego, que denunciou as políticas centralizadoras, de desrespeito pela cultura e pelos diferentes idiomas.

O dirigente da CIG/Ensino deixou uma palavra de determinação em defesa do professorado, do ensino público e das funções sociais do Estado. “As reformas e as pensões são um grande negócio. O sistema público de segurança social é alvo apetecível do capitalismo internacional. O objetivo é privatizar de tudo o que possa ser negócio”, observou. / JPO

Intervenção-base de Xesús Bermello