Nacional
ENTRE O ILUSIONISMO E A INTRUJICE

Ministro da Educação, no Parlamento, transforma um roubo em aumento salarial

02 de novembro, 2018

É inadmissível, por ser mentira, que o ministro da Educação tenha afirmado na Assembleia da República que os professores irão ter, até 2023, um aumento salarial de 3,6% ao ano, totalizando mais de 19%. É falso! O ministro, mais uma vez, tenta manipular a opinião pública virando-a contra os professores. Quem usa a desonestidade política como estratégia para isolar trabalhadores, no caso os professores, deveria pensar se tem condições para ser ministro de um país cuja Lei Fundamental respeita as regras da Democracia.

 

Com a sua narrativa:

- O ministro da Educação pretende esconder que o descongelamento das carreiras, comum a toda a Administração Pública, não recupera um só dia do tempo que esteve congelado;

- O ministro da Educação pretende esconder que os professores são discriminados não recuperando todo o tempo que esteve congelado;

- O ministro da Educação pretende esconder que o com o congelamento, os professores estão hoje 3 a 4 escalões abaixo do que a lei estabelece;

- O ministro da Educação pretende esconder que, a vingar o decreto-lei aprovado pelo governo, os professores nunca recuperarão 6,5 anos de tempo congelado, ficando milhares de docentes impedidos de chegar ao topo da carreira e os que chegarem necessitarão de trabalhar mais de 40 anos, apesar de o ECD estabelecer 34;

- O ministro da Educação pretende esconder que o facto de não terem estado integrados no escalão em que deveriam, agravado pelos cortes salariais que foram impostos durante anos, terá prejuízos irreversíveis no cálculo da pensão de aposentação;

-  O ministro da Educação pretende esconder que o reposicionamento na carreira a que se refere, decorre do facto de milhares de professores que ingressaram nos quadros durante os anos do congelamento, apesar de terem muitos anos de serviço, alguns mais de 20 ou 30, terem continuado a receber como contratados;

- O ministro da Educação pretende esconder que, na véspera do Dia Mundial do Professor, o governo decidiu apagar mais de 6,5 anos de tempo de serviço cumprido pelos professores.

 

Este ministro da Educação não tem vergonha, nem tem emenda. Para além de, na audição que decorreu hoje (2 de novembro) na Assembleia da República não ter respondido a nada de verdadeiramente importante, das muitas questões que lhe foram colocadas pelos diversos deputados, ainda tentou transformar em ganho o roubo que foi feito aos professores, roubo esse que o governo, na sua maior parte, pretende perpetuar. Um desempenho lamentável que se situou entre o ilusionismo e a intrujice.

 

O Secretariado Nacional