Após os primeiros dois dias da greve às actividades não lectivas marcadas no horário dos docentes, a FENPROF sublinha a excelente adesão dos professores e educadores envolvidos neste processo. Os dois principais "objectos" desta greve - os prolongamentos no 1º ciclo e as "aulas de substituição - estão a ser fortemente afectados pela adesão dos docentes a esta forma de luta. Sendo praticamente impossível calcular, com um mínimo de rigor, percentagens de adesão face à extrema variedade de situações, é contudo possível confirmar que em muitíssimas escolas e agrupamentos por todo o país os "prolongamentos" no 1º ciclo do ensino básico e as chamadas "aulas de substituição têm sido afectados em altíssimo grau.
A adesão a esta forma de luta está a confirmar o que a FENPROF e os professores têm repetidamente afirmado: as alterações no funcionamento das escolas e agrupamentos impostas pelos despachos 16795 e 17387, além de se traduzirem no real aumento da carga lectiva dos docentes e no acentuar do seu desgaste profissional, conduziram a situações que deterioraram as condições de trabalho nas escolas e ameaçam diminuir a qualidade pedagógica das aprendizagens. São estas duas ordens de razões que explicam a fortíssima adesão a uma forma de luta que, por pouco usual, se reveste de dificuldades acrescidas.
Da resposta dada pelos docentes neste processo retira a FENPROF um sentimento de grande confiança: os professores e os educadores têm força suficiente para derrotar uma proposta de revisão do Estatuto da Carreira Docente que desvirtue o perfil da profissão docente, que amesquinhe os docentes e lhes reduza direitos arduamente conquistados.
Com esta acção de luta, os professores e educadores estão a ganhar confiança e mobilização para os duros processos que se avizinham.