Nacional

Conferência promovida pela FENPROF debate “o stresse na profissão docente: causas, consequências, medidas a tomar”

02 de fevereiro, 2016

O stresse na profissão docente: causas, consequências, medidas a tomar”, foi o tema da conferência que a FENPROF realizou esta tarde, em Lisboa, com a participação da Dra. Ivone Patrão, psicóloga clínica/ARSLVT e docente no ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada), e do Dr. Marcelino Mota, psicólogo clínico e investigador. O Secretário Geral da FENPROF fez a intervenção de encerramento​. João Cunha Serra, presidente do Conselho Nacional da FENPROF, moderou o debate.

A iniciativa decorreu no auditório (repleto) do novo edifício da Assembleia da República, em São Bento, registando a participação de professores e educadores de diferentes regiões do país.

O Professor Alexandre Tiedtke Quintanilha, Presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, que abriu os trabalhos da Conferência, valorizou a iniciativa da FENPROF, destacando a importância e a atualidade do tema em discussão. Solicitou ainda o envio das conclusões desta iniciativa àquela Comissão, o que "será, sem dúvida, um contributo para o enriquecimento do trabalho parlamentar".

Com esta conferência, a Federação Nacional dos Professores  pretendia reunir  um ainda maior conjunto de elementos que sustentem a proposta apresentada à Assembleia da República, sob a forma de Petição, de criação de um regime excecional de aposentação dos docentes. 

Elevado desgaste

Como confirmam vários estudos, nacionais e internacionais, realizados nesta área, o exercício continuado da docência provoca um elevado desgaste físico e psicológico nos educadores e professores, que se reflete na qualidade das práticas pedagógicas e, por consequência, na própria qualidade do ensino.

O agravamento dos horários de trabalho e a alteração introduzida nos últimos anos ao regime de aposentação, consubstanciada na uniformização de regimes e no agravamento nas condições de tempo de serviço e idade, originam uma profunda injustiça, já que obrigam os docentes a trabalhar para além dos 66 anos de idade (o que, para muitos, significa exercer a atividade docente durante mais de 45 anos), retiram a professores e alunos o direito a condições condignas de ensino e de aprendizagem e dificultam a indispensável renovação geracional do corpo docente.

"Stresse: um programa de desgovernação"  foi o tema da comunicação do Dr. Marcelino Mota, que caracterizou o stresse, falou da "fisiologia do stresse" e dos agentes que o provocam e também das suas consequências.

Ivone Patrão comentou um estudo que envolveu mil docentes, registando-se que cerca de 30 por cento sofrem de burnout - "professor queimado" ou "professor desgastado" no plano físico e psicológico.

A intervenção do docente do ISPA foi acompanhada de videos (retirados do youtube)

Depois das apresentações dos dois conferencistas, foi dada a palavra ao auditório, de onde surgiram reflexões, comentários e perguntas que proporcionaram um interessante debate.

Foram convidados deputados de todos os grupos parlamentares que integram a Comissão de Educação e Ciência. Presentes estiveram Emília Santos (PSD), Joana Mortágua (BE), Ana Virgínia Pereira (PCP) e Susana Silva (PEV), esta em representação da deputada Heloísa  Apolónia. Todas dirigiram as saudações dos seus partidos à iniciativa da FENPROF. / JPO 


 DESDOBRÁVEL Exigimos Negociar - Aposentação dos Professores aos 36 anos de serviço, independentemente da idade