Nacional

Conferência de Paris deve ser de mudança de rumo

01 de dezembro, 2015

A Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas que se iniciou em Paris constitui a 21ª sessão da Conferência das Partes (COP 21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC). 

Os olhares do mundo inteiro aguardam atentamente pelo resultado esperado da adoção de um acordo universal alicerçado na transição para uma economia de baixo carbono e capaz de enfrentar as alterações climáticas. Espera-se um acordo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, a fim de que a temperatura média global até ao fim do século não ultrapasse 2ºC.

Catástrofes ambientais, sociais e económicas estão em curso devido à ação humana que provoca alterações na composição da atmosfera e como consequência, em todo o Planeta, e na sua biodiversidade.

Ensino por uma mudança
de rumo

As escolas podem ser um local de mudança, o ensino pelo exemplo permite resultados mais consistentes e duradouros. A FENPROF reafirma o que diz o Programa de Ação: «Torna-se necessária uma boa integração ambiental nas escolas, a existência de árvores e de espaços verdes, a promoção e a criação de condições para a utilização de transportes sustentáveis e cómodos».

É importante multiplicar as boas práticas existentes em escolas um pouco por todo o país, de que são exemplos as Eco-Escolas, as escolas que implementam a Agenda XXI escolar ou os clubes da floresta e do ambiente. Mas, em sentido inverso, houve desinvestimento no programa “Escola na Natureza” do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que está a comprometer os objetivos de permitir a todos os alunos do 8º ano viverem uma experiência positiva de relação com o património natural de Portugal e de permitir aos professores tirar partido pedagógico dos recursos existentes nas áreas protegidas. A FENPROF propõe:

a) Estabelecimentos de ensino mais ecológicos. Na construção e recuperação de escolas deverão ser seguidas práticas de arquitetura e de construção sustentável. As escolas deverão também ser locais sem poluição (do ar, sonora ou visual).

b) A medição da pegada ecológica dos estabelecimentos de ensino, com o apoio do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para poderem definir-se formas de aumentar a eficiência energética e de permitir menor consumo de materiais.

c) Investimento no programa “Escola na Natureza” para que os alunos possam ter acesso gratuito a aprendizagens em espaços naturais de áreas protegidas.

d) Uma educação ambiental para toda a comunidade que favoreça um desenvolvimento sustentável assente numa relação sadia da humanidade com a natureza.

e) A implementação de medidas no dia-a-dia escolar que possam contribuir para a criação de hábitos de boas práticas ambientais, tais como a generalização da utilização de contentores para a separação de papéis e plásticos em todas as salas de aula e a criação de postos de compostagem e oleões nos refeitórios escolares.

Urge que saia de Paris um acordo para defender os interesses da população, uma transição justa para uma economia de baixo carbono que assegure empregos de qualidade, assegurando a proteção do Planeta.