Nacional

Universitários recusam cortes

24 de junho, 2013

Concentração em frente ao Ministério da Educação reuniu cerca de 100 profissionais. Apelo a mobilização para greve geral na próxima quinta-feira

A contestação à política do Governo para o Ensino Superior e Politécnico está na rua. Ontem, 100 professores de várias universidades e institutos superiores, de todo o País, concentraram-se em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa. As estruturas sindicais que organizaram o protesto apelaram à participação máxima na greve geral de quinta-feira.

Os professores acusam o ministro da Educação, Nuno Crato, de "estrangular" as universidades e os politécnicos com o corte de 8,5 % no financiamento às universidades e a cativação de 2,5% do orçamento relacionado com os vencimentos.

O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), António Vicente, considera que a situação é dramática e que as verbas disponíveis para as universidades e politécnicos recuaram a níveis de 2000, quando havia menos estudantes. No último ano estavam matriculados no Ensino Superior 390 mil alunos: em 2000 eram menos 23 mil.

António Vicente frisa que "80 por cento dos professores do Ensino Superior estão em situação precária". Uma situação que pode levar a que parte dos 20 mil docentes sejam confrontados com o desemprego já a partir de setembro. O SNESup já pediu reuniões com o Ministério da Educação, mas não obteve resposta.

Na manifestação organizada pelo SNESup e pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), os professores estão também contra a proposta de lei da qualificação – que altera os vínculos – e a mobilidade especial.

O dirigente sindical alerta que a redução de vagas e dispensa de professores levará a que não seja cumprido o compromisso assumido com a União Europeia de, em 2020, a população licenciada ser de 40% – atualmente cifra-se em 25 por cento. / João Saramago, Correio da Manhã, 23/06/2013