Nacional
Mário Nogueira comenta declarações de Nuno Crato

Entrevista do ministro da Educação foi uma “tentativa de manipulação da opinião pública contra os professores”

05 de junho, 2013

O Secretário Geral da FENPROF, numa reacção a uma entrevista de Nuno Crato à TVI24, considera que a requisição civil de professores é “uma ilegalidade”, insistindo que “não é permitida por lei”. “É uma impossibilidade legal e penso que o ministro Nuno Crato não está acima da lei”, acrescenta Mário Nogueira em declarações à Antena 1 (…)

Para Mário Nogueira a entrevista do ministro da Educação foi uma “tentativa de manipulação da opinião pública contra os professores” que trouxe “mais achas para a fogueira” na luta dos docentes.

Em entrevista à TVI24, o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, criticou os sindicatos de professores por terem decidido fazer greves às avaliações (entre 7 e 14 de Junho) e por terem agendado uma greve geral para o dia em que se realiza o primeiro exame nacional do ensino secundário: “Este tipo de atitude, que é tomar como refém os nossos alunos, é algo com que não se deve brincar”. Questionado sobre se a requisição civil é uma das hipóteses em cima da mesa, Crato garantiu que “tudo está a ser ponderado”...

“Transformar os alunos em escudos”

Em reacção às declarações do governante, o Secretário-Geral da Fenprof considera que “o Ministério da Educação é que está a transformar os alunos em escudos, ao ter marcado para esta altura as negociações”.

Mário Nogueira explica que os professores têm pouco tempo para fazer valer as suas posições, uma vez que dentro de um mês começa a época de férias e as decisões governamentais deverão ser para começar no início do próximo ano escolar. “O ministro sabia que quando marcou para esta altura a apresentação destas propostas gravíssimas [mobilidade especial e alargamento do horário de trabalho para as 40 horas semanais] que era uma altura complicada para a luta.” (…)

Para Mário Nogueira, a entrevista do ministro “foi uma tentativa de manipulação da opinião pública contra os professores e é mais uma acha para a fogueira”, ao anunciar que os professores vão passar a trabalhar 40 horas por semana já em Setembro, mas sem aumento da componente lectiva. (…)

Mas para Mário Nogueira, as promessas de Nuno Crato não se têm cumprido: “Não acredito. Já em Janeiro dizia que não haveria mobilidade para os professores, e afinal há. Os seus compromissos valem zero.” (…)

Público e Lusa, 5/06/2013