Nacional

Mário Nogueira: "Queremos uma escola que prepare para a cidadania"

28 de fevereiro, 2013

O ensino dual está a ser vendido, aqui em Portugal e em Espanha, como salvador. Já foi o modelo finlandês, agora é o alemão... Mas como surgiram muitas críticas, agora é o austríaco, comentou Mário Nogueira na intervenção de encerramento do encontro-debate da FENPROF sobre "Sistemas de ensino europeus - o desafio da igualdade de oportunidades"

Referindo-se às manobras em curso no setor da educação, estimuladas pela troika e apontadas à desresponsabilização do Estado, o Secretário Geral da FENPROF alertou para as consequências de uma política virada para a redução cega de recursos, apontando como exemplo dessas manobras a passagem da responsabilidade com os salários dos docentes para o POPH (Programa Operacional de Potencial Humano).

Nogueira criticou visões políticas que apostam na desvalorização da cidadania e deixou no auditório da Secundária D. Dinis vários alertas. Por exemplo: as ameaças de municipalização da educação, a asfixia da escola inclusiva, o incentivo a um modelo de desenvolvimento assente em baixas qualificações e baixos salários.

"Defendemos uma escola profissional
de qualidade"

"Queremos uma escola que prepare para a cidadania, para a inclusão. Não segregadora. Não somos contra o ensino profissional. Não somos defensores da via única. Mas defendemos uma escola profissional de qualidade, que permita o acesso ao ensino superior, que garanta a permeabilidade e onde não se entre precocemente. Do ponto de vista pedagógico e técnico, é profundamente errado e inadequado introduzir vias diferenciadas numa idade precoce", esclareceu noutra passagem.

"Diferenciação sim, mas para atingir o mesmo objetivo", realçou Mário Nogueira, que salientou: "É necessário defender a Escola de Abril, plural e democrática, de qualidade e gratuita". / FV e JPO

Foto: Paulo Machado