Nacional

Manifestação dos Professores aprova acção e luta para os tempos muito próximos

31 de janeiro, 2013

A Manifestação Nacional aprovou uma série de ações de crucial importância para o nosso futuro coletivo. Para além da veemência do apelo a todo o movimento sindical docente para que se juntem à contestação já muito abrangente dos Professores, Educadores e Investigadores, a FENPROF levou a Lisboa a proposta de reforçar a ação, o que irá do reforço da acção jurídica à promoção de uma grande Campanha Nacional em Defesa da Escola Pública a ocorrer no 3.º período deste ano lectivo. Momento que poderá ser muito importante da acção dos professores ocorrerá entre 18 e 22 de Fevereiro, com a concretização de uma semana de luto e de luta em todas as escolas do país.

Professores exigem reunião urgente
com Nuno Crato

Nuno Crato tem-se refugiado no silêncio em relação à execução de políticas contrárias ao interesse do País e da Educação, e da Escola Pública. O agravamento do horário de trabalho, o aumento do número de alunos por turma, o absoluto desrespeito pelo agravamento das condições de trabalho dos professores e pelo consequente desgaste profissional, psíquico e físico, a anunciada municipalização do ensino e concessão a privados da exploração do serviço público de ensino, a constituição de giga-agrupamentos, a manutenção de milhares de professores contratados, o agravamento de desemprego docente, o subfinanciamento das escolas, com particular incidência no ensino superior e na investigação, a precariedade crescente das relações laborais em todo o sistema educativo, a constituição imposta aos professores, às escolas e às autarquias dos mega e giga-agrupamentos… um sem número de situações que degradam a qualidade de ensino e as condições de vida dos docentes, bem como da resposta necessária ao país, tudo isto é imposto, sem negociação efectiva e sem qualquer discussão em que o ministro participe. Um ministro que mentiu aos professores e que, também por esse motivo foi alvo da exigência de demissão que ecoou pelas avenidas de Lisboa, no passado sábado de 26 de janeiro.

Crato tem de dizer aos professores se vai cumprir o relatório do FMI no que tem incidência na Educação. Tem de vir dizer se se enganou quando prometeu não atirar nenhuns para o desemprego ou para a mobilidade especial. Tem de vir assumir se é diariamente desautorizado pela imposição da troika estrangeira ou se é cúmplice desta política. Crato mentiu numa ou noutra situação e, numa ou noutra situação, deve explicações e demitir-se.

Semana de luta nas escolas: 
18 a 22 de fevereiro

A FENPROF pretende colocar as escolas de luto em todo o país (continente e regiões autónomas). Uma iniciativa que deverá ocorrer entre 18 e 22 de fevereiro, de forma a que seja uma ação percebida pelos alunos e pelas suas famílias, que estabeleça pontes entre docentes e não docentes numa acção cada vez mais e necessariamente conjunta em defesa da Escola Pública.

Uma proposta que a Manifestação Nacional de Professores aprovou entusiasticamente e a que a comunicação social deu enorme projecção. Alguns dos opinadores encartados que vemos a aparecer muitas vezes principalmente nas televisões a fazer a defesa das políticas do governo e a defender a troika estrangeira e as imposições alemãs, vieram dizer que esse não é o espaço para o protesto, como se a Escola fosse imune aos problemas sociais, às mudanças na Educação que comprometem a Escola Pública e que põem em causa as funções sociais do Estado.

O Secretariado Nacional vai, agora, organizar esta semana de luta e promovê-la de forma a garantir uma grande unidade dos professores na sua realização e a projectá-la para o exterior, para as comunidades em que as escolas se inserem.

FENPROF vai organizar um Dia D de debate para aprovar propostas e lutas

A Manifestação Nacional de Professores concentrada no Largo do Rossio, aprovou, no final, uma recomendação à FENPROF para que realize um Dia D de debate sobre as medidas a aplicar à Educação que decorrem do OE2013 e das propostas do FMI. Este dia de debate visa, para além da reflexão sobre as implicações das medidas que o governo pretende aplicar, dar aos professores a possibilidade de se pronunciarem sobre as formas de luta a adoptar para o combate a estas políticas muito negativas para a Escola Pública e o para Portugal.