Nacional
Este Governo insiste na precariedade e no desemprego. O combate a esta opção requer a luta dos professores!

7 de Setembro: na rua contra a precariedade e o desemprego

09 de setembro, 2009
A FENPROF e os seus sindicatos levaram a cabo mais uma acção de denúncia e de sensibilização da opinião pública para os problemas da precariedade no trabalho e do desemprego. A iniciativa teve lugar dia 7 e decorreu em muitas capitais de distrito, indo concretizar-se, ainda, em mais algumas cidades do continente e das regiões autónomas.

É verdade que os problemas da precariedade e do desemprego não atingem exclusivamente os professores. Como resultados que são das opções políticas que demasiados governos têm seguido (o que é muito diferente de serem uma espécie de fatalidade!) as situações do desemprego e de precariedade entraram, lamentavelmente, no dia-a-dia de um número crescente de trabalhadores portugueses.
Hoje o número real de desempregados está muito para além do meio milhão e um em cada cinco trabalhadores já se trabalham em condições de precariedade que lhes negam legítimos direitos e projectos de vida.

1. A FENPROF continua a chamar a atenção da opinião pública para a contradição existente em Portugal: as escolas precisam de adequar condições de trabalho, precisam mais professores para dar as respostas educativas que lhes são solicitadas; o país necessita de superar, com seriedade, enormes atrasos em termos de qualificação da população activa...E por incrível que pareça, por opções que os governos têm feito, continua a haver milhares de professores, devidamente qualificados e habilitados para a docência, que ficam por colocar a cada concurso... É um desperdício de recursos. É uma opção política errada.

2. A FENPROF não desiste de denunciar a opção que o governo actual, na esteira dos anteriores, aprofundou de forma gritante. O Governo prefere trabalho precário e tem vindo a substituir, paulatina e deliberadamente, professores dos quadros por contratados. Cada vez mais, as respostas permanentes de que o sistema precisa são dadas por quem devia estar já em quadro mas é mantido em situação de instabilidade, sem garantias de futuro, pior pago, com menos direito e excluído da carreira. Esta é uma realidade que a análise dos concursos e colocações deste ano torna iniludível, mesmo com os exercícios de ocultação que os governantes reforçam em tempos pré-eleitorais.

Foi isto que a FENPROF e os seus sindicatos quiseram evidenciar, procurando criar condições para que este tipo de opção política seja corrigido de vez, desde logo exigindo um novo concurso, no próximo ano, em que possa ser rectificado o ridículo número de entradas em quadro que este permitiu.

A FENPROF e os seus sindicatos não desistem

Dezenas de dirigentes sindicais e muitos activistas estiveram na rua. Foram distribuídos milhares de documentos à população. Realizaram-se contactos com órgãos de comunicação social.

Estas acções são importantes. Tentam chamar a atenção da sociedade para o que milhares e milhares de professores vivem e para o tremendo desperdício de recursos humanos que o país tem tolerado. Mas estamos em crer que para corrigir de vez tão erradas opções políticas não basta o esforço dos dirigentes na denúncia pública. Será imprescindível o envolvimento, a participação, a luta dos que são as vítimas mais imediatas de tais opções: os/as colegas contratados/as ou desempregados/as. Não participar neste combate é deixar correr livremente opções políticas que já deviam ter sido repensadas.

A força que os/as colegas podem trazer à sua luta é que permitirá, depois da denúncia, criar condições para que os problemas sejam resolvidos!

A FENPROF e os seus sindicatos não desistem. Mas é preciso continuar e aprofundar a luta e isto requer que cada um/a sinta que este é o seu próprio combate e não, apenas, um combate dos outros.

João Louceiro
Coordenador do Grupo de Trabalho da FENPROF
Emprego e Desemprego Docente