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PORQUE NÃO PODEM OS PROFESSORES FICAR A VER O QUE ACONTECE

Apelo criativo à unidade de todos os professores "Não fiquem parados a ver o que acontece...". A luta continua pela contagem de todo o tempo de serviço

15 de junho, 2019

Numa brilhante, criativa e oportuna intervenção, António Silva, delegado do SPZS, utiliza o poema "A Nêspera", de Mário Henrique Leiria, para, transformando o agente da história numa professora ou num professor, explicar o que acontece quando se fica à espera de ver o que acontece. E, assim, foi veemente a defender, ou melhor, a apelar a todos os docentes que não se fiquem, que se unam, que afirmem a força da sua razão prosseguindo a luta pela contagem de todo o tempo de serviço.

 


Texto de António Silva, Delegado do SPZS

 

Saudação aos congressistas.

Bem, eu vinha aqui apresentar o poema “A nêspera”, mas, uma vez que o camarada Francisco Almeida já o apresentou da parte da manhã, fiz umas alterações:

Ora então aqui vai:

“A Professora”

 

Uma professora

estava na sala de professores

sentada

muito calada

a ver

o que acontecia

 

chegou o governo do Costa

e disse:

olha uma professora,

vou roubar-lhe 6 anos e meio de tempo de serviço!

 

é o que pode acontecer

às professoras

que ficam sentadas

caladas

a esperar

o que acontece


Análise do poema:

Na primeira estrofe é feita a caracterização da vida de uma professora. Uma pasmaceira! 

Certamente não era sócia de nenhum sindicato da FENPROF! Se fosse, de certeza que não estaria parada, calada e sentada - pelo contrário! Teria participado em inúmeras iniciativas – manifestações, concentrações, greves, abaixo-assinados etc.etc. Ou seja, de certeza que não ficaria a ver o que acontecia mas seria, isso sim, parte do acontecimento - a professora LUTARIA! E não, não é uma questão de sorte, é mesmo de persistência!

Vamos à segunda estrofe. Reparem, aqui, pelo contrário, temos uma ideia de movimento. Aqui, também é identificado o vilão – o governo do Costa e a vilania que pretende fazer - 6 anos e meio de tempo roubado! 

Na terceira e última estrofe temos a conclusão sob a forma de generalização, em que ficamos a saber o que pode acontecer a todos os professores - basta que estejam parados. Ou seja - não LUTAM!

Se repararam da análise às 3 estrofes, resultaram duas formas de um mesmo verbo – o verbo LUTAR - condicional e presente.

Há quem diga que o Costa vai mesmo roubar tempo de serviço aos professores. Não! só é vencido quem desiste de lutar.

É tempo de transformar a apatia em movimento, é tempo de dizermos aos nossos colegas nas escolas que não podem ficar à espera de ver o que acontece.

É imperativo usar imperativo, e porque, como já foi aqui dito, a união é fundamental concluo dizendo:


            CAMARADAS, LUTEMOS UNIDOS!

 

Viva a FENPROF! Viva o 13º Congresso!