A FENPROF orgulha-se em ser reconhecida, por quem de justiça, como herdeira do trabalho da atividade e da história dos Grupos de Estudo do Pessoal Docente do Ensino Secundário, que estiveram na base do movimento sindical docente hoje corporizado na FENPROF e nos seus sindicatos.
A importância dos Grupos de Estudo deve-se não só às reivindicações pedagógicas, como também às reivindicações laborais e políticas. Foram criados para "resolver os problemas dos professores", como referiu Maria Manuel Ricardo. Daí terem sido precursores do movimento sindical e uma "escola de sindicalistas".
Eram na maioria professores que tinham militado, então estudantes, nas lutas académicas de 1962 e 1965, em Lisboa, e em 1969, em Coimbra. Muitos militavam em organizações que lutavam contra o regime do Estado Novo.
Baseando o seu trabalho na Recomendação da OIT/Unesco relativa ao estatuto dos professores, em 1971 os Grupos de Estudo elaboraram o Anteprojecto da Carta do Professor, embrião do Estatuto da Carreira Docente, que viria a ser aprovado em 1990.
É claro que tal atividade gerou perseguição por parte do regime que, em fevereiro de 1974, classificou a associação como "secreta, anti constitucional e ilegal".
A revista "O Professor", o meio de comunicação dos Grupos de Estudo, mantém a sua publicação dirigida por Rogério Mota (contactos: revistas@paginaapagina.pt ; rogeriopmota@gmail.com). Acaba de ser publicado, com o apoio do 12.º Congresso, o livro "Os Grupos de Estudo do Pessoal Docente do Ensino Secundário, 1969-1974 - As Raízes do Sindicalismo Docente."
A FENPROF disponibilizará toda a documentação do espólio doado, designadamente para a realização de trabalhos de investigação na área do sistema educativo e das Ciências da Educação. O centro de documentação irá organizar o acesso à muita informação agora entregue.