Financiamento
Lusa, 13/11/2006

Metade das Universidades sem dinheiro para pagar salários em 2007

12 de fevereiro, 2007

As verbas destinadas às instituições de ensino superior no Orçamento de Estado de 2007 não chegam para pagar os salários em metade das 14 universidades e cinco dos 15 institutos politécnicos públicos.

O "Jornal de Negócios" compara as verbas que o Governo pretende transferir para universidades e politécnicos em 2007 e as previsões de gastos com remunerações certas e permanentes em 2006 e conclui que há muitos salários que ficariam por pagar.

O Instituto Politécnico de Tomar é a instituição mais penalizada já que vai receber do OE 2007 menos 11,8 por cento (cerca de 1,2 milhões de euros) do que gasta em salários. Segue-se a Universidade do Algarve com menos 10,1 por cento (3,6 milhões de euros) e a dos Açores com um défice de 9,1 por cento (1,5 milhões de euros) .

As universidades de Aveiro, Évora, Minho, Trás-os-Montes e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) completam o leque de estabelecimentos universitários com maiores perdas de dinheiro, refere o jornal.

Segundo o presidente do Conselho de Reitores, José Lopes da Silva, citado pelo "Negócios", estes dados "pecam por defeito" uma vez que não contemplam os aumentos salariais de 1,5 por cento previstos para 2007 e os descontos de 7,5 por cento que as escolas vão começar a fazer para a Caixa Geral de Aposentações.

Opinião partilhada por João Cunha Serra, coordenador do departamento de Ensino Superior da Federação Nacional de Professores (Fenprof), que garante ao diário que "a maioria das instituições não vai receber verbas suficientes para fazer face às despesas com pessoal durante 2007".

O "Jornal de Notícias", que hoje também destaca o tema citando o presidente do Conselho de Reitores, refere que as universidades vão receber este ano menos 53 milhões de euros do Orçamento de Estado 2007 e que a verba transferida (668,8 milhões de euros) não dá para pagar aos actuais professores.

De acordo com o JN, esta verba também não é suficiente para contratar professores para preencher os quadros, actualmente nos 64 por cento de ocupação.

Lusa, 13/11/2006