Conferência Nacional do Ensino Superior e da Investigação
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Conferência Nacional do Ensino Superior e da Investigação

13 de abril, 2005

Conferência Nacional do Ensino Superior e da Investigação

"Na aplicação do Processo de Bolonha" não devem ser impostas "medidas uniformizadoras, com vista à redução da duração do 1º ciclo" mas adoptadas "metodologias baseadas na definição prévia dos objectivos das formações, tendo em consideração a sua função social, designadamente, as suas finalidades culturais, científicas ou profissionais, para não contrariar os objectivos da diversificação das ofertas formativas e da inovação das metodologias pedagógicas e das estruturas curriculares", sublinha a resolução aprovada pelos delegados à Conferência Nacional do Ensino Superior e da Investigação.

A iniciativa, promovida pela FENPROF nos dias 11 e 12 de Março no auditório da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, registou a participação de docentes e investigadores de diferentes regiões do País, além de três convidados estrangeiros: José Manuel Palazon, da FECCOO (Espanha); Jeans Vraa-Jensen, do DM, organização sindical da Dinamarca; e Maurice Hérin, secretário-geral do SNESUP de França, que apresentaram expressivos depoimentos sobre as realidades do Ensino Superior e da Investigação nos seus países, tendo-se referido também a temáticas que envolvem o espaço europeu e mundial.

O futuro do Ensino Superior e da Investigação em Portugal; o desenvolvimento profissional e a representação sindical; e ainda a organização daqueles sectores no quadro da FENPROF e da acção sindical, foram os grandes temas em debate nesta Conferência, que registou no início dos trabalhos intervenções de Paulo Sucena, secretário-geral da FENPROF, e de João Cunha Serra, membro do Secretariado Nacional e coordenador do Departamento de Ensino Superior da FENPROF, que encerraria o encontro, lembrando que "é necessário olhar a educação e o ensino como um conjunto, fundamental para o desenvolvimento do País".

Além da resolução, a Conferência aprovou os documentos-base que dinamizaram o debate preparatório e que foram enriquecidos com várias propostas e também duas moções, uma sobre o prosseguimento da luta em torno do direito ao subsídio de desemprego para os docentes e investigadores do Ensino Superior público e outra sobre a constituição de grupos de trabalho no âmbito da acção sindical. Estes terão como objectivo "acompanhar a evolução da situação" em cada área temática, "recolher a informação relevante para o seu trabalho, lançar os estudos necessários ao desenvolvimento da sua actividade e definir projectos de intervenção sindical a propor à estrutura do Departamento e aos órgãos da FENPROF". Os grupos irão trabalhar temas como, por exemplo, a autonomia, gestão e financiamento, formação, qualificação e avaliação dos docentes e investigadores, avaliação e acreditação das escolas e dos cursos, investigação, inovação e relação com a sociedade, questões profissionais, entre outras.

A Conferência elegeu ainda o Departamento do Ensino Superior e da Investigação da FENPROF, integrando 21 elementos efectivos e 21 suplentes, oriundos de diferentes instituições de todas as regiões do País e dos vários Sindicatos de Professores que constituem a Federação.

As próximas edições do "JF" e do suplemento "JF/Sup" incluirão uma abordagem desenvolvida desta Conferência Nacional, que além de delegados, contou com a presença e a intervenção no debate de um prestigiado painel de convidados, entre os quais os Professores António Martins, vice-reitor da Universidade de Coimbra; José Tribolet, do Instituto Superior Técnico e do INESC; Raimundo Delgado, da Universidade do Porto; Rui Namorado Rosa, da Universidade de Évora; e António Mendonça, do ISEG (Lisboa). / JPO                                                                                                                               
 

 
Mesa de uma das sessões da Conferência e João Cunha Serra, membro do Secretariado Nacional da FENPROF
e coordenador do Departamento do Ensino Superior da Federação, na abertura dos trabalhos