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Lusa, 9/05/2005

"Jorge Sampaio defende avaliação externa das universidades"

27 de junho, 2005

O Presidente da República, Jorge Sampaio, defendeu a avaliação externa das universidades e centros de investigação portugueses, para apurar o que leva tantos alunos a não completarem os cursos.

"Não acredito que seja possível avançarmos em Portugal sem nos pormos em causa", afirmou Jorge Sampaio (9/05) na inauguração do alargamento das instalações do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup).

Para o Presidente da República, é necessário apurar o que é que as universidades andam a fazer, porque é que há tantas reprovações e porque é que muitos estudantes abandonam os cursos, questões que devem ser respondidas através de uma avaliação externa.

"A concorrência pressupõe também avaliação", disse, reconhecendo que "o Ipatimup é uma ilha" no panorama da investigação científica portuguesa, pelo que não teme ser avaliado.

A intervenção de Jorge Sampaio surgiu depois de o director do Ipatimup, Sobrinho Simões, ter elogiado o ministro da Ciência, Mariano Gago, por ter introduzido em Portugal a avaliação externa e a prestação de contas.

Sobrinho Simões enalteceu o trabalho dos 120 investigadores do Ipatimup, nomeadamente os 80 a 90 artigos científicos que publicam anualmente, bem como os quatro a seis doutoramentos que a instituição confere por ano.

O director do instituto salientou, porém, que estes resultados são possíveis com apenas um terço do orçamento proveniente de financiamento público, correspondendo outro terço a receitas próprias e o restante a apoio de mecenato de 18 empresas.

Sobrinho Simões criticou ainda o ex-primeiro-ministro Cavaco Silva por ter retirado o dinheiro reservado às instalações hoje inauguradas para construir o Europarque, em Santa Maria da Feira.

Mariano Gago reconheceu a "dificuldade" que Portugal tem em "segurar" os seus investigadores, elogiando o Ipatimup pela "invejável rede social de apoio" que conseguiu criar em Portugal.

"O Ipatimup abriu caminho para que muitas pessoas aceitassem a ciência ainda que não sabendo para o que ela serve. O conhecimento de qualidade serve sempre para muito mais do que se julga", sublinhou.

Lusa, 9/05/2005