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Luis Soares critica sucessivos adiamentos na criação da Escola de Hotelaria, Restauração e Turismo

Politécnico do Porto continua à espera...

28 de março, 2005

O presidente do Instituto Politécnico do Porto, Luís Soares, questionou as prioridades dadas pelos sucessivos governos na aprovação de escolas superiores. Em causa estão os sucessivos adiamentos na criação da Escola de Hotelaria, Restauração e Turismo.

 

A Escola de Hotelaria, Restauração e Turismo é ainda uma carência, a Escola Superior da Saúde corre o risco de contribuir para o número excessivo de profissionais face às necessidades do mercado de trabalho e a Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo mudou de designação, mas falta ainda integrar o curso de dança.
Estas foram as principais críticas apontadas ontem por Luís Soares, presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), na sessão solene comemorativa do 20º aniversário da instituição.
Num discurso com ataques sucessivos aos vários governos que não financiaram a construção da Escola de Hotelaria, Restauração e Turismo, prevista para terrenos cedidos pela Câmara de Valongo, Luís Soares recordou que já no governo de António Guterres foi homologado um protocolo entre o IPP e associações do sector para a construção da escola. Com a queda desse governo, o processo regressou ao início e, para o presidente do IPP, "estranhamente" não se foi a tempo de financiar a estrutura com a dissolução, mais uma vez, da Assembleia da República.
"Tal facto é tanto mais de estranhar quando se verificou a aprovação de projectos menos justificáveis, elaborados apressadamente e sem sustentação que se descortine", continuou o responsável, para quem a inauguração desta escola permitirá ao IPP atingir "o seu espectro desejável e justificado de áreas de formação". Pelo "reconhecimento inequívoco da carência desta formação", apelou ao próximo governo que ainda não tomou posse uma maior atenção para o assunto.
Percurso semelhante teve o Instituto Superior de Tecnologia da Saúde, requerido logo após o 25 de Abril e integrado no IPP só em Julho de 2004. Para Luís Soares, o processo "só acelerou quando a pressão sindical e dos profissionais no terreno se tornou insustentável para o poder político". Agora que já faz parte da instituição, as reprovações do presidente continuam, por considerar que se multiplicaram escolas superiores de saúde sem a realização de estudos sobre as necessidades dos recursos humanos: "Corre-se assim o risco de se verificar um excesso de diplomados em muitas das profissões".
Por ainda estar pendente a criação do curso de Dança, integrado na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, Luís Soares aproveitou a oportunidade para recordar que só é possível com a ampliação das actuais instalações. Com os planos preliminares de ampliação completos, onde se prevê a ocupação de uma fábrica desactivada, falta apenas o financiamento para as obras começarem.

O Primeiro de Janeiro
26.02.2005