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Estudantes do Superior protestam em todo o País

12 de abril, 2007

 


As acções de luta descentralizadas vão decorrer hoje,  Dia de Alerta Nacional para os Problemas do Ensino Superior, decidido num Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), realizado em Faro.

«O movimento associativo do ensino superior deliberou que, face às condições e aos problemas existentes, era importante fazer um dia de alerta», disse à agência "Lusa" Nuno Batista, vice-presidente da associação de estudantes da Universidade de Évora.

Observando que os protestos vão decorrer um pouco por todo o país, desde o Porto a Beja, passando por Coimbra, Nuno Batista explicou que «cada uma das associações académicas procurou realizar acções de contestação em relação aos problemas específicos das suas universidades».

No Porto, as acções começam às 9h, na Escola Superior de Educação (ESEP), onde os elementos da Federação Académica vão instalar grandes balões negros de diferentes dimensões, ilustrando o valor crescente das propinas.

Junto à ESEP, os estudantes vão colocar também um conjunto de faixas aludindo à indefinição existente na aplicação do Processo de Bolonha (homogeneização dos cursos superiores na União Europeia) aos cursos da área da Educação.

Entre as 12h e as 14h, o protesto desloca-se para a cantina da Faculdade de Ciências, na Rua do Campo Alegre, onde o prato principal será «Massa à Bolonhesa», numa referência «à forma brusca, pouco clara e reduzidamente participada como se processou a discussão em torno da aplicação do Processo de Bolonha».

Durante todo o dia, os estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto vão usar t-shirts pretas, em sinal de luto pelo estado do Ensino Superior em Portugal, enquanto os alunos de Engenharia e de Economia vão fazer campanhas de informação e alerta sobre a mesma temática.

Mais a Sul, os estudantes da Universidade de Évora também vão envergar durante o dia «t-shirts» pretas, ou o traje académico, em sinal de protesto, seguindo, às 17h30, numa marcha rumo à reitoria da academia.

Em Beja, o protesto, organizado pelas associações de estudantes das quatro escolas do Instituto Politécnico, vai decorrer durante o tradicional desfile académico, que parte às 14h do campus do politécnico.

O porta-voz das associações de estudantes, Ruben Felicidade, explicou à agência Lusa que os estudantes «vão empunhar durante todo o desfile faixas e bandeiras pretas, como forma de expressar o seu descontentamento».

Contestando o «sub-financiamento das instituições de ensino superior», Ruben Felicidade considerou que «se trata de uma política que tem provocado cortes nas verbas destinadas à Acção Social Escolar e aumentos sucessivos das propinas».

No caso de três escolas do Politécnico de Beja, precisou, neste ano lectivo, «as propinas aumentaram mais de 200 euros, passando dos 477,11 euros para 700 euros».

Lusa, 19/10/2006