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Iniciativa da Universidade do Porto espera receber 5 mil jovens de todo o País, entre os 10 e os 18 anos

"Juniores" na Faculdade à descoberta de vocação

11 de setembro, 2006


Não são caloiros nem tão cedo terão semelhante "estatuto". Para muitos, o curso universitário a seguir permanece uma incógnita, ou não fossem ainda alunos do 5º ou do 6º ano. Mas desde ontem que ocupam as salas de aula e laboratórios de diversas faculdades do Porto. Em tempo de férias de Verão, os "cursos" da Universidade Júnior serão a sua forma de ocupar os tempos livres. Durante este mês são esperados cerca de cinco mil jovens de todo o país, com idades dos 10 aos 18 anos e a frequentar entre o 5º e o 11º anos de escolaridade.

Na Faculdade de Ciências (Campo Alegre), ontem, o movimento de crianças e jovens não passava despercebido. Aos grupos, visitavam com curiosidade os diversos departamentos. Numa das secções, onde a "disciplina" eram as profissões, encontravam-se cerca de duas dezenas de miúdos oriundos de diversos pontos da região Norte, entre os quais Mesão Frio, Amarante e Santa Maria da Feira. A adesão de miúdos "forasteiros" é significativa, ao ponto de a Universidade do Porto (UP) ter disponibilizado um programa de alojamento. Este ano, são 540 os jovens instalados em quartéis militares da cidade.

É o caso de Beatriz, de 10 anos, que frequentou o 5º ano - "passei para o 6º" - numa escola de Mesão Frio. É a primeira vez que participa na iniciativa e está a gostar da experiência. A potencial futura "médica ou psicóloga", que também gosta de História, era uma das participantes do "Arco-íris das profissões", um jogo em que a mímica, os desenhos e os sons eram as principais formas de expressão. A Psicologia era a área em destaque. O dia anterior tinha sido dedicado à Matemática, com a "Geometria da Tartaruga". O "desenvolvimento vocacional" das crianças era, segundo uma das monitoras das actividades, o principal objectivo.

400 viagens na cidade

O cenário pouco habitual estendeu-se a diversos departamentos da faculdade. Numa das salas, alunos dos 7º e 8º anos participavam numa oficina, cujo tema, à primeira vista, causava alguma estranheza "E se Pedro Álvares Cabral tivesse um teodolito?". Ficaram depois a saber que o nome "estranho" é um instrumento parecido com um telescópio, usado na medição de ângulos.
Entretanto, num dos laboratórios, a "Química no dia-a-dia" era o alvo das atenções de jovens dos 9º ao 11º anos. O processo da corrosão no ferro, de que forma um conservante preserva um alimento e a reciclagem de latas dos refrigerantes foram algumas das lições. Nesta área, a criação da Escola de Ciências de Vida e da Saúde (a decorrer em Setembro) é apontada pela UP como a "grande novidade".

Os números da edição deste ano ilustram, de resto, a grande dimensão do evento. São 250 os monitores que supervisionam as 87 actividades; foram reservados cinco autocarros para os percursos entre os três pólos universitários e visitas de estudo - num total de 400 viagens na cidade; serão servidas mais de 31 mil refeições; e foram assinados protocolos de colaboração com um total de 46 autarquias.

JN, 5/07/2006