Todas as notícias
António Baldaia apresenta: Tasca Beat, dos OqueStrada

Banda sonora para o Verão que está aí

07 de junho, 2009

É de estrada que se faz esta proposta. De anos de estrada. Desde 2002 que Miranda, João Lima, Pablo, Zeto Feijão e Donatelo Brida andam por aí (por cá e lá por fora) a unir margens e a cruzar fronteiras. Físicas, mas também musicais ? ouça-se, por exemplo, como o clássico "Killing Me Softly" (Roberta Flack) se descobre em terrenos de fado e valsa musette; ou como uma desgarrada pode anteceder um funáná ou um "rap das rotundas".
É, assim, uma miscelânea musical aquilo que mais sobressai na primeira gravação dos OqueStrada. Nas canções ouvem-se acordeões e sopros, e até um contra-bacia - que o mesmo é dizer um contrabaixo estruturado a partir de uma bacia de plástico e de um pau de vassoura. E canta-se em português, de cá e de outras paragens, em espanhuelo, franciú ou inglish. E o pé puxa para o baile, de bairro ou de romaria.

Capaz de alegrar corações com uma sonoridade efusiva, de raiz popular, "Tasca Beat" não é fado ("celebra o fado") nem "world music ("celebra o mundo à portuguesa"). Despretensiosa, bem humorada, dançável, a música dos OqueStrada entra no ouvido e passeia-se pelo corpo. Instala-se, e sem que se dê por isso, traz um novo ânimo.

Projecto de andarilhos, OqueStrada é, por outro lado, uma "peça de um puzzle de associação cultural, num país em transição e onde há tanto por fazer". Como reabrir um antigo cinema [Incrível Almadense] e reinventar "um cinema paraíso com o imaginário de bailes, filarmónicas e desgarradas" ou construir uma "tasca viajante (...) onde se encontram maestros de filarmónica, fadistas pugilistas, princesas do acordeão, moços de pista e sardinhas são leiloadas ao som de uma furiosa marcha de Lisboa". / António Baldaia

[OqueStrada: Tasca Beat  - o sonho português", Sony Music]