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Kofi Annan entrega prémio de fotografia sobre a sustentabilidade a Benoit Aquin

02 de novembro, 2008
O Prémio Nobel da Paz e antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan entregou (30/10/2008) no Palais de Tokyo, em Paris, o Prémio Pictet ao fotógrafo canadiano Benoit Aquin, que concorreu com a série "The Chinese Dust Bowl". O Prémio Pictet é o único galardão mundial de fotografia centrado na sustentabilidade. A água foi o tema escolhido para a edição inaugural.

A série de fotografias submetidas a concurso por Benoit Aquin aborda a falta de água e a desertificação na China. Anualmente, o prémio propõe-se escolher diferentes assuntos sempre subordinados ao tema da sustentabilidade. O objectivo é usar o poder da fotografia como um meio para comunicar mensagens fundamentais sobre a sustentabilidade.

Benoit Aquin, 45 anos, viajou até à China para fotografar a maior conversão de terra produtiva em terra árida. Trezentos milhões de pessoas são afectadas pelas tempestades de pó na China provocados pelos terrenos secos que se estendem por quilómetros. A série vencedora retrata os escassos recursos de água, a desertificação e os refugiados ambientais do país. Benoit é um fotojornalista e fotógrafo de paisagem. O seu trabalho explora os impactos ambientais em larga escala e as consequências que têm na humanidade. Aquin expõe habitualmente o seu trabalho no Canadá e tem grande parte das suas imagens no Museu de Fotografia Contemporânea do Canadá.

Primeiro prémio de fotografia do mundo
dedicado à sustentabilidade

Na apresentação do vencedor, Kofi Annan alertou: "Hoje, perto de 1100 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e 2500 milhões não têm saneamento básico. E é através da água, como as imagens desta colecção ilustram, que estamos a ver antecipadas manifestações devastadoras de uma das maiores ameaças que o nosso mundo enfrenta ? as mudanças climáticas."

O prémio Nobel mostrou-se esperançado que o Prix Pictet, sendo o primeiro prémio de fotografia do mundo dedicado e à sustentabilidade, ajude a aprofundar o entendimento das mudanças que estão a ocorrer no mundo e "chamar a atenção pública sobre a urgência de tomar medidas preventivas".

Segundo Kofi Annan, "cada artista tratou de forma pessoal os desafios ambientais e sociais que todos enfrentamos. O resultado são séries de imagens poderosas que nos confrontam com a escala de ameaça que enfrentamos e que espera inspirar governos e empresas ? e todos como indivíduos ? a dar um passo em frente na mudança para um mundo mais sustentável."

"É uma honra, especialmente por ter sido escolhido ao lado de outros nomes tão prestigiados que constavam da lista final. O Prix Pictet valida a fotografia ambiental como tema do ponto de vista do fotojornalismo mas também artístico juntando estas diferentes disciplinas numa competição que explora questões importantes a nível global. É uma enorme alegria", disse Benoit Aquin no momento da entrega do prémio

"A minha série 'The Chinese Dust Bowl' mostra exactamente o que acontece quando deixamos de gerir o ambiente. Estas questões não podem ser vistas apenas como o contexto de um país, são a nível global. Afectam-nos a todos, e como população mundial temos de as resolver", defendeu o fotógrafo.

Mais de 200 fotógrafos, de 43 países, foram nomeados nesta primeira edição do Prix Pictet, no qual Jorge Molder, fotógrafo e director do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, participou como júri. Dezoito dos melhores fotógrafos mundiais foram escolhidos para a fase final.

O Prix Pictet publicou recentemente o álbum "L'eau", pela TeNeues, uma obra que reúne as melhores fotografias dos 18 fotógrafos finalistas. / Público, 31/10/2008