O Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, que foi reaberto (20/10) após trabalhos de remodelação, poderá em breve duplicar o número de espólios literários e artísticos à sua guarda.
Em declarações à Lusa, o seu director, David Santos, referiu que o museu "tem recebido imensas propostas de doação", tendo agora "capacidade para as acolher".
Manuel da Fonseca, Soeiro Pereira Gomes, Joaquim Namorado, Alexandre Babo, Alves Redol e Orlando Costa são alguns dos autores que presentemente se encontram representados no museu, aberto ao público em 1990 e que, desde então, vinha operando essencialmente como centro de documentação sobre o movimento neo-realista.
A par de espólios de escritores (23 no total), o museu reúne também espólios artísticos (José Dias Coelho, Francisco Castro Rodrigues e Jorge de Oliveira) e de natureza editorial (Diabo, Vértice, Horizonte e Cosmos).
Para marcar este novo capítulo, a cerimónia de hoje, que contará com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, incluirá a abertura de duas exposições: The Return of Real, de João Tabarra, e Batalha pelo Conteúdo, mostra de enquadramento patente até 2011, que ilustrará, segundo David Santos, a "interdisciplinaridade do neo-realismo", desde a sua "raiz literária às repercussões [que teve] noutras disciplinas artísticas e até na política".
A vertente da investigação não será descurada no novo projecto: preparados estão vários protocolos de colaboração, nomeadamente com a Biblioteca Nacional e universidades, para lá dos já firmados com o ISCTE e a Universidade Lusófona.
Biblioteca, auditório, cafetaria, livraria, área de exposições temporárias, serviço educativo e áreas técnicas e administrativas ocupam o piso zero do edifício, situado no núcleo histórico de Vila Franca e resultante de projecto do arquitecto Alcino Soutinho.
Os pisos 2 e 3 ficam destinados a mostras de longa duração, na sequência de Batalha pelo Conteúdo. / DN, 20/10/07
