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JN, 2/08/2007

FENPROF prevê 20 mil docentes sem turmas

05 de setembro, 2007

Filas enormes e salas de espera repletas. Este era o quadro visível, ontem, nas sedes e delegações das estruturas representativas dos professores face aos resultados do concurso para professores titulares. Os dirigentes da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) acreditam que o número de recursos que será presente por via judicial "será brutal". Igualmente preocupante, para os sindicalistas, é a previsão de mais de 20 mil professores dos quadros sem horário lectivo, em Setembro, e o risco - desmentido pelo Ministério da Educação (ME ) - de serem remetidos para a listagem de supranumerários.

O número elevado de professores que aguardavam a sua vez para obterem ajuda no recurso de reclamação aos resultados do concurso de professor titular, na sede do Sindicato dos Professores do Norte, era a prova da contestação que a FENPROF apresentava aos jornalistas. No início de uma conferência de imprensa para balanço do ano escolar, o resultado do concurso - divulgado anteontem - era o motivo de protesto mais recente sobre a mesa.

Mário Nogueira, secretário-geral daquela estrutura sindical, insurgia-se contra o facto de, até ao final da manhã, o ME não ter disponibilizado as aplicações electrónicas para o processo de reclamação. "Isto só revela grande desorganização e uma falta de respeito total pelos professores", comentou. O líder da FENPROF reafirmou a ideia de que o referido concurso ficou marcado por "irregularidades, injustiças e ilegalidades"

Mário Nogueira condenou a política levada a cabo pela equipa ministerial de "desvalorização dos professores e que teve como ponto alto" a imposição do Estatuto da Carreira Docente, que Mário Nogueira classificou como "uma verdadeira declaração de guerra aos professores e educadores".

Os dirigentes da FENPROF temem que, como consequência das políticas implementadas de redução de professores e encerramento de escolas, mais de 20 mil professores dos quadros fiquem com horários-zero (sem turmas) em Setembro. A eles juntam-se os mais de cinco mil contratados que ficarão desempregados.

"Num país com tão baixa taxa de escolarização, como é possível pensar em dispensar professores?", questionou.

JN, 2/08/2007