Decorreu no Fórum Lisboa o 5º Congresso do SPGL. Os trabalhos da assembleia magna do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa decorreram sob o lema "Os desafios da docência perante o recuo dos direitos de cidadania".
Dirigindo-se aos delegados presentes, o Secretário Geral da FENPROF, depois de se referir aos tempos difíceis que o país hoje vive, sublinhou que "as dificuldades estão longe de se esgotar em razões de ordem financeira, tendo uma natureza essencialmente ideológica, pelo que poderão implicar alterações profundas e muito negativas na organização económica, social e mesmo política da nossa sociedade".
Mário Nogueira chamou a atenção para a reforma do Estado, cujo guião é claro no sentido privatizador que se pretende dar a tal reforma, pelo que denegrir a Escola Pública é intenção do governo, da direita parlamentar e os operadores privados que atuam no setor, com os rankings de escolas e a PACC a fazerem parte desse processo de desvalorização.
A propósito das exigências que se colocam aos Sindicatos e aos seus dirigentes, Mário Nogueira afirmou: "Sabemos que o tempo é difícil, mas por ser difícil, mais teremos nós de dar de nós mesmos o melhor de nós próprios. fácil é quando olhamos a avenida e temos 100.000 ou 120.000 atrás de nós. difícil é quando isso não acontece. Quando atrás de nós estão os que já entraram em desespero e os que, apesar das dificuldades, nunca desistem da luta. quando na sala de professores, confrontados com a realidade os professores saem cabisbaixos para se refugiarem na sala de aula procurando esquecer o que vai do lado de fora ou então dexam escapar uma lágrima que a revolta e o estado pré-depressivo não conseguiu conter.
A terminar, Mário Nogueira afirmou que a luta é essencial para resistir e também para transformar. Uma luta que, frisou, tem de suportar sempre propostas que sejam alternativas ao caminho para onde a política deste e de outros governos tem empurrado a Educação e o país. Com exemplos concretos de luta e de reflexão, ficou evidente que a FENPROF tem sabido enveredar por um modelo de sindicalismo que os professores reconhecem e respeitam como defendendo os seus direitos enquanto profissionais, mas também como cidadãos. Nogueira repetiu que "Nós somos FENPROF!". Nós: SPGL, e também SPN, SPRC, SPZS, SPM, SPRA e SPE. Uma FENPROF que nunca desistirá de pugnar por uma Escola Pública de elevada qualidade, combatendo políticas que a desvalorizem, pervertam ou destruam, sejam quais forem os protagonistas de tais políticas.
