Nacional
1 de setembro, FENPROF em centros de emprego

Denunciar o desemprego e a instabilidade impostos pelo governo à profissão docente, apelar à luta que obrigue a outras políticas

01 de setembro, 2014

Sem mudança de governo e, necessariamente, de políticas, a violência sobre os professores renovar-se-á a cada início de ano escolar. O apelo ao envolvimento na luta com aquela perspetiva – apelo dirigido aos docentes mas, também, aos trabalhadores e à população em geral – é o elemento central da mensagem que a FENPROF e os seus Sindicatos deixaram hoje em centros de emprego por todo o país e que irão continuar a transmitir nos próximos dias.

No dia 1 de setembro, milhares de docentes juntaram-se a muitos mais que, já estando anteriormente desempregados ou afastados da profissão, fazem falta para a educação e o ensino em Portugal. São professores que serão sempre necessários para que se cumpram as aspirações de desenvolvimento de que a população portuguesa não irá desistir. Mas é patente que estas não são as aspirações e as opções do governo.

Gigantescos cortes de despesa por via do afastamento de professores e a imposição de uma escola crescentemente elitista, não democrática, e o benefício de interesses privados, são linhas orientadoras da ação do governo. Sem que isto se altere, as opções e políticas do atual governo continuarão a produzir os deploráveis resultados já por demais conhecidos.

Não sendo admissível que resulte de problemas de competências e capacidades dos responsáveis do MEC mas, outrossim, de decisões por eles tomadas, este primeiro dia do ano escolar volta a ficar marcado pelo facto de ainda não haver contratações. À semelhança do ano anterior mas de forma agravada, pois desta vez o MEC decidiu também obrigar os docentes de quadro que aguardam colocação a apresentarem-se em escolas onde muitos não estarão daqui a dias!

O MEC tenta passar a ideia de que tudo isto é normal. Não é verdade, a não ser, como tudo indica, que os seus responsáveis considerem normal violentar professores e colocar problemas acrescidos às escolas e às suas direções que precisam de contar com os seus professores para o lançamento do ano letivo.

Não é normal nem tolerável que o MEC considere que a referência para as colocações passe a ser o primeiro dia de aulas e não o primeiro dia do ano escolar. Não seria normal, também, que este tipo de atuação não acrescentasse motivos de indignação por parte dos professores e educadores mas também das famílias que têm direito a uma Escola Pública de Qualidade.

Sem outro governo, sem outras políticas, os professores, as escolas, o país não se libertarão dos gravíssimos problemas que enfrentam, como os que voltaram a ficar à vista neste primeiro dia do ano escolar 2014/2015. É difícil alterar este estado de coisas?... É, mas com o crescimento da luta isso será possível.

“Tu és preciso/a nesta luta!” é a mensagem que a FENPROF e os seus sindicatos deixam neste dia 1 de setembro.