Diz o governo que Portugal está melhor e que há sinais que confirmam isso. Mas está melhor para quem?
Se o país está melhor:
- Por que razão a partir deste mês serão impostos cortes salariais a quem não os tinha e se agravarão os que já se aplicavam?
- Por que razão aos aposentados e reformados serão impostos novos e violentos cortes nas suas pensões?
- Por que razão o governo continua a aumentar os descontos para a ADSE, agora para uns escandalosos 3,5%, aos quais, contrariamente ao que afirma a ministra das Finanças, a maioria dos funcionários está obrigada, apesar de se fragilizarem os apoios que são prestados?
Portugal poderá ter ido aos mercados, mas o que os portugueses sabem, por sentem, é, por exemplo, que:
- O desemprego dos docentes, em 3 anos, disparou 256%;
- Os impostos sobre o trabalho dispararam violentamente em 2013 e assim se manterão em 2014;
- As crianças com fome na escola é cada vez maior, como confirmou o funcionamento dos refeitórios durante o período de Natal;
- Os jovens portugueses mais qualificados continuam a abandonar o país;
- As carreiras profissionais mantêm-se bloqueadas;
- As escolas públicas continuam a ser, cada vez mais, privadas de recursos fundamentais ao seu bom funcionamento..
Os governantes podem repetir que o país está melhor mas, obviamente, isso não é verdade para a esmagadora maioria dos portugueses. Forçar os “números” a dizer o que eles não dizem, é pura manipulação. E não é por reiterarem essa mentira que ela passa a ser verdade. Os portugueses sabem que a sua vida está bastante pior do que antes da troika ter entrado no país e PSD e CDS terem chegado ao governo.
É neste contexto que, os anúncios da recandidatura de Passos Coelho e Paulo Portas à liderança dos seus partidos, como costuma dizer o povo “não aquece, nem arrefece” os portugueses. O que é mesmo importante é afastá-los, e aos seus partidos, da governação antes de transformarem Portugal num campo de cinzas!
O Secretariado Nacional da FENPROF
10/01/2014