Nacional
Carta Aberta

Defender a Escola Pública é lutar pelo futuro

17 de outubro, 2013

 

Carta Aberta
Defender a Escola Pública 
é lutar pelo futuro
A Escola Pública em Portugal está exposta a ataques dos seus adversários há vários anos, praticamente desde 
que foi consagrada em lei como garante do acesso de todos os portugueses a uma Educação de qualidade.
Porém, nunca como agora, com este Governo, viu o seu espaço, e o seu futuro, tão claramente postos em causa.
É certo que os dois partidos que sustentam o atual Governo nunca esconderam a sua predileção pelo ensino 
privado. Um deles – o CDS/PP – ainda agora se regozija de ter votado contra a Constituição e, pode dizê-lo 
também, contra a Lei de Bases do Sistema Educativo, para se referirem apenas as leis que enquadram as 
formas de organização do nosso sistema educativo.
Os motivos foram (são) óbvios: não viram aí contemplado o espaço do ensino privado em condições de 
igualdade com o previsto para o ensino público.
Só que, PSD e CDS-PP entenderam que é agora o momento certo para imporem aos portugueses o consumo 
do ensino privado.
Momento certo porquê? Porque se enquadra numa violenta ofensiva contra os serviços públicos, todos, 
debilitando-os primeiro e desmantelando-os de seguida, no cumprimento escrupuloso da agenda neoliberal 
que os nossos governantes desenvolvem. Assim sendo, claro que a Educação não poderia ficar de fora!
Propõem-se alargar o financiamento do ensino privado com dinheiro público (na senda do cheque-ensino que 
o CDS viu recusada em 1986, aquando da aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo) e engrossam a 
prosa com a hipócrita expressão da “liberdade de escolha”, designação usada sem originalidade para encobrir 
os piores desígnios neoliberais.
Entendamo-nos: esses partidos, e o Governo, que digam aos portugueses em que lei encontram a obrigação 
de o Estado garantir a todos os cidadãos o acesso à escola privada.
Em contrapartida, é fácil mostrar-lhes as leis onde está plasmado que “compete ao Estado criar uma rede de 
estabelecimentos públicos de educação e ensino que cubra as necessidades de toda a população” (nº 1, do 
artigo 37º, da Lei 46/86) ou, noutra formulação, “O Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de 
ensino que cubra as necessidades de toda a população” (nº 1, do artigo 75º, da Constituição da República).
O cumprimento destes preceitos exige que se invista e garanta uma Escola Pública de elevada qualidade para 
todos, em vez de usar dinheiros públicos para financiar de igual forma ofertas públicas e privadas numa lógica 
de mercado. 
Restarão dúvidas? Só, talvez, da parte de quem não estiver de boa fé, e a esses há que dizer-lhes que as 
tentativas que encetam são ilegais e claramente inconstitucionais!
Em democracia não vale tudo, e as leis são para se cumprir, por todos e a começar pelo Governo.
A FENPROF apela aos professores, e a toda a população, para que unam esforços, se mobilizem, tornem 
pública a sua indignação por mais este gravíssimo ataque à Escola Pública, o rechacem e assumam a inequívoca 
defesa da Educação no nosso país.
Federação Nacional dos Professores | www.fenprof.pt

Carta Aberta

Defender a Escola Pública é lutar pelo futuro

A Escola Pública em Portugal está exposta a ataques dos seus adversários há vários anos, praticamente desde 

que foi consagrada em lei como garante do acesso de todos os portugueses a uma Educação de qualidade.

Porém, nunca como agora, com este Governo, viu o seu espaço, e o seu futuro, tão claramente postos em causa.

É certo que os dois partidos que sustentam o atual Governo nunca esconderam a sua predileção pelo ensino 

privado. Um deles – o CDS/PP – ainda agora se regozija de ter votado contra a Constituição e, pode dizê-lo 

também, contra a Lei de Bases do Sistema Educativo, para se referirem apenas as leis que enquadram as 

formas de organização do nosso sistema educativo.


Os motivos foram (são) óbvios: não viram aí contemplado o espaço do ensino privado em condições de 

igualdade com o previsto para o ensino público.

Só que, PSD e CDS-PP entenderam que é agora o momento certo para imporem aos portugueses o consumo 

do ensino privado.


Momento certo porquê? Porque se enquadra numa violenta ofensiva contra os serviços públicos, todos, 

debilitando-os primeiro e desmantelando-os de seguida, no cumprimento escrupuloso da agenda neoliberal 

que os nossos governantes desenvolvem. Assim sendo, claro que a Educação não poderia ficar de fora!

Propõem-se alargar o financiamento do ensino privado com dinheiro público (na senda do cheque-ensino que 

o CDS viu recusada em 1986, aquando da aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo) e engrossam a 

prosa com a hipócrita expressão da “liberdade de escolha”, designação usada sem originalidade para encobrir 

os piores desígnios neoliberais.


Entendamo-nos: esses partidos, e o Governo, que digam aos portugueses em que lei encontram a obrigação 

de o Estado garantir a todos os cidadãos o acesso à escola privada.

Em contrapartida, é fácil mostrar-lhes as leis onde está plasmado que “compete ao Estado criar uma rede de 

estabelecimentos públicos de educação e ensino que cubra as necessidades de toda a população” (nº 1, do 

artigo 37º, da Lei 46/86) ou, noutra formulação, “O Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de 

ensino que cubra as necessidades de toda a população” (nº 1, do artigo 75º, da Constituição da República).

O cumprimento destes preceitos exige que se invista e garanta uma Escola Pública de elevada qualidade para 

todos, em vez de usar dinheiros públicos para financiar de igual forma ofertas públicas e privadas numa lógica 

de mercado. 


Restarão dúvidas? Só, talvez, da parte de quem não estiver de boa fé, e a esses há que dizer-lhes que as 

tentativas que encetam são ilegais e claramente inconstitucionais!

Em democracia não vale tudo, e as leis são para se cumprir, por todos e a começar pelo Governo.


A FENPROF apela aos professores, e a toda a população, para que unam esforços, se mobilizem, tornem 

pública a sua indignação por mais este gravíssimo ataque à Escola Pública, o rechacem e assumam a inequívoca 

defesa da Educação no nosso país.

Federação Nacional dos Professores | www.fenprof.pt

 

Carta Aberta: Defender a Escola Pública é lutar pelo futuro