Nacional

Precariedade, tema em foco na Manifestação Nacional dos Jovens Trabalhadores

10 de abril, 2010

Na Manifestação dos Jovens Trabalhadores, na passada sexta-feira, dia 26 de Março, a questão central foi a da precariedade do emprego. Fruto das políticas que continuam a afrontar-nos, a precariedade atinge, hoje, cerca de um em cada cinco trabalhadores. E a precariedade persegue de forma particularmente grave os jovens.

Uma grande parte da sociedade não terá consciência de que, por opções que os governos têm seguido, há milhares e milhares de jovens professores que, sendo realmente necessários às escolas e ao sistema educativo, são obrigados a uma incerteza sem fim à vista. Isto acontece não porque tenha de ser assim, mas por causa de opções políticas como as do anterior governo que limitou a apenas 396 as novas entradas em quadro, ao fim de vários anos sem concurso externo. Foi uma opção condenável e não uma fatalidade dos tempos modernos; pior do que isso, uma opção que não serve as escolas e que rouba o futuro a tantos profissionais de que o país tanto necessita.

A sociedade parece não se aperceber deste problema; tem de ser acordada para isto. Mas também muitos jovens professores parecem ainda não ter consciência da sua natureza, embora com ele confrontem as suas vidas, a incerteza do amanhã, a impossibilidade de assumirem compromissos e de fazer projectos.

Se quisermos, se quisermos mesmo, dar a volta a isto, vai ser importante, determinante!, em todos os espaços em que o possamos fazer, denunciar o que muitos não sabem: a precariedade no trabalho atinge desnecessariamente também dezenas de milhar de professores. É preciso denunciar para despertar consciências mas também para pressionar a correcção das opções políticas que provocam tudo isto. Há duas questões de fundo que deveriam convocar todos os jovens professores para agirem já, com a FENPROF e os seus sindicatos: a luta que tem de arrancar imediatamente pela abertura de vagas para o próximo concurso de ingresso nos quadros; a luta por regras que regulamentem a vinculação dos professores contratados (ao arrepio, até, da lei geral do trabalho, o ME arroga-se o direito de repetir, sem limites, contratos a termo, furtando-se a assumir compromissos de estabilidade com os professores a quem recorre reiteradamente).

A Manifestação dos Jovens Trabalhadores organizada pela CGTP-IN foi um momento para mostrarmos que a precariedade atinge e preocupa os professores. Foi um momento útil para pressionarmos o poder político a discutir e a rever as opções que tem seguido.