Nacional

Carvalho da Silva alerta para a necessidade de redireccionar as políticas públicas de emprego

11 de fevereiro, 2010

Presente na abertura da reunião do Secretariado Nacional da FENPROF que decorre em Montemor-o-Novo (dias 11 e 12 de Fevereiro), o Secretário-Geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva,  colocou um conjunto de questões que devem ser preocupações da generalidade dos trabalhadores.

A ideia de que estas preocupações são propriedade dos trabalhadores menos qualificados e não dos quadros técnicos e superiores deve, pois, ser abandonada. Salário e emprego são aspectos fundamentais, são conquistas obtidas ao longo de décadas, por que os trabalhadores em geral lutaram, e que não devem ser perdidas. O fim de direitos fundamentais relacionados com o trabalho, o emprego e os salários se não for travado poderá corresponder a uma perda que poderá ser irreversível.

Com a justificação da crise no plano internacional, o discurso oficial esconde o interesse em não inverter a tendência negativa das finanças públicas, designadamente através da receita. Assim, como alertou, os governos do país não só não redireccionaram os investimentos públicos de forma a impulsionar o investimento em áreas fundamentais da produção nacional e a criar emprego e valorizar os salários, como todas as medidas que apresenta para combate à crise são as que têm vindo a aprofundá-la, não permitindo a redistribuição da riqueza e provocando uma ainda maior concentração e controle da riqueza pelos mesmos de sempre – sector financeiro.

Refira-se, a este propósito, que o PIB de 2009 apenas teve uma redução, num contexto de crise, na ordem de 0,8% em relação ao ano anterior, enquanto a receita fiscal, essa sim, teve uma redução de cerca de 15%. Estes sinais não são nada positivos em relação ao futuro.

A luta pelo emprego
e por melhores salários


Carvalho da Silva apelou, assim, para que os trabalhadores assumam como fundamental a luta pelo emprego e por melhores salários, porque é possível e é necessário. Num apelo de absoluta e necessária intervenção nestes dois planos lembrou que “cada euro que não recebemos no salário nunca mais é devolvido”.

Para o dirigente da CGTP-IN, ”os trabalhadores da administração pública têm mais do que razões para se questionarem sobre para onde foi o dinheiro congelado num passado recente, com o seu sacrifício”, numa clara alusão ao ter passado para um lado de onde não regressa, sendo sempre os mesmos a pagar o acumular da riqueza de muito poucos. | LL