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Perguntas sobre Educação, colocadas aos partidos políticos com grupo parlamentar, para divulgação pública, pela FENPROF, através de publicação própria

FENPROF inicia reuniões com partidos políticos para apresentar "Livro Negro das Políticas Educativas do XVII Governo Constitucional"

24 de junho, 2009

Depois da reunião realizada na passada quarta-feira, dia 23, com a Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, começaram  as reuniões solicitadas aos partidos políticos para apresentação e entrega do Livro Negro da Política Educativa do XVII Governo Constitucional.

Assim, a primeira foi com o Bloco de Esquerda e teve lugar nesta quinta-feira, dia 25, nas instalações da Assembleia da República.

Nestas reuniões com os partidos políticos, a FENPROF reafirma a importância de, com brevidade, ser elaborada a publicação a enviar aos professores e educadores com as respostas de todos os partidos às perguntas que a FENPROF lhes dirigiu. Esta iniciativa tem o objectivo de, em período pré-eleitoral, serem conhecidas as suas posições sobre alguns aspectos que, no domínio da Educação, maior desacordo e preocupação têm merecido dos docentes ao longo da Legislatura por atentarem contra as suas condições de exercício profissional e, de forma mais abrangente, contra a Escola Pública e a qualidade do ensino.

A FENPROF divulgou publicamente (ver já de seguida) a lista de perguntas que apresentou aos partidos políticos:

Perguntas sobre Educação, colocadas aos partidos políticos com grupo parlamentar,
para divulgação pública, pela FENPROF, através de publicação própria

Com a aproximação de eleições legislativas, os professores e educadores têm necessidade e pretendem conhecer as posições e propostas dos partidos políticos para a área da Educação. É natural que assim seja, pois continua a viver-se um período que se considera de forte ataque à Escola Pública, sendo uma das mais relevantes linhas desse ataque o que se desferiu contra os docentes e as suas condições de exercício profissional.

Com a aproximação de eleições legislativas, os professores e educadores têm necessidade e pretendem conhecer as posições e propostas dos partidos políticos para a área da Educação. É natural que assim seja, pois continua a viver-se um período que se considera de forte ataque à Escola Pública, sendo uma das mais relevantes linhas desse ataque o que se desferiu contra os docentes e as suas condições de exercício profissional.

Nesse sentido, com o objectivo de divulgar tais posições junto dos docentes portugueses através de publicação própria, a FENPROF decidiu colocar um conjunto de questões aos partidos políticos com representação parlamentar para as quais agradece, desde já, a vossa resposta, na certeza de que será um contributo muito importante para o esclarecimento dos professores e educadores com vista ao que poderão ser as futuras políticas educativas do nosso país, bem como as medidas que as concretizam.

ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE

- O vosso partido considera necessária uma profunda revisão do ECD em vigor? Em caso afirmativo, quais as matérias que entendem prioritárias nessa revisão?

- É favorável à eliminação da divisão da carreira em categorias? Em caso afirmativo, que alternativa defende?

- Que modelo de avaliação (linhas gerais) propõe para substituição do que actualmente vigora? Nele têm lugar as quotas que, na verdade, condicionam o reconhecimento e distinção do mérito absoluto?

- Deverá a entrada na profissão sujeitar-se a uma prova de ingresso? Que papel reserva para o período probatório que já se encontra previsto no ECD, mas, na verdade, nunca teve aplicação efectiva?

HORÁRIOS DE TRABALHO

- O ECD em vigor, a par dos despachos anuais que regulam a organização das escolas e a elaboração dos horários dos docentes, têm vindo a agravar os horários de trabalho dos professores e educadores, que hoje são verdadeiramente absurdos, em especial do ponto de vista pedagógico. Para além do aumento das horas lectivas no Ensino Secundário e na Educação Especial, a designada componente não lectiva de estabelecimento impôs um efectivo aumento do horário de trabalho, retirando disponibilidade aos docentes para uma das componentes mais importantes da sua actividade: a de trabalho individual, que apenas tem condições de ser cabalmente realizada para além das 35 horas semanais legalmente estabelecidas, o que tem óbvios prejuízos para toda a sua actividade. Que propostas tem o vosso partido para resolver este grave e muito sentido problema?

CONCURSOS DE PROFESSORES

- Considera que, nos concursos de professores e educadores, as classificações obtidas na avaliação de desempenho também deverão ser consideradas?

- Deverá ou não a ordenação dos professores, para efeitos de concurso, continuar a obedecer a critérios claros, objectivos e universais?

- Qual o âmbito que defendem para os concursos de professores (nacional, regional, local?)?

APOSENTAÇÃO

- O exercício continuado da docência provoca, como de há muito é reconhecido, um acentuado desgaste físico e psicológico nos profissionais. Consideram que, por esse motivo, deverão ser estabelecidos requisitos específicos para a aposentação dos docentes, permitindo a sua antecipação, sem perda do regime completo, relativamente ao regime geral da Administração Pública?

- Que outras medidas defende (de horário, de carreira?) para atenuar este desgaste que se verifica nos profissionais docentes?

IMAGEM SOCIAL DOS PROFESSORES

- Que medidas e iniciativas defende o partido no sentido de reforçar a imagem social dos professores, num momento em que o sentimento de desvalorização, provocado pelos ataques a que os profissionais têm sido sujeitos, se encontra instalado?

GESTÃO DAS ESCOLAS

- É favorável à existência de um órgão de direcção unipessoal?

- Que papel entende que deverá ser atribuído ao conselho pedagógico e qual a composição que propõe para a sua constituição?

- É favorável à revogação do Decreto-Lei n.º 75-A/2008 (actual modelo de direcção e gestão) e sua substituição por um modelo de direcção e gestão democrático? Em caso afirmativo, quais as traves mestras desse modelo?

MUNICIPALIZAÇÃO

- Considera que os municípios têm condições e recursos para assegurarem as responsabilidades que, no ensino básico, o Governo lhes atribuiu?

- Quais as competências que, em matéria de Educação, considera deverem ser atribuídas às autarquias? Admite, por exemplo, a transferência de responsabilidades relativas à colocação e gestão de pessoal docente?

- É favorável a uma profunda revisão do actual modelo das designadas AEC (Actividades de Enriquecimento Curricular)? Nesse quadro, defende a integração da língua estrangeira no currículo do 1.º Ciclo?

- Que modelo de resposta social defende que a Escola Pública deverá prestar aos alunos do Ensino Básico, designadamente no que respeita à ocupação dos seus tempos livres?

EDUCAÇÃO ESPECIAL

- Considera a CIF (Classificação Individual de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) como o instrumento adequado para identificação de alunos abrangidos pela Educação Especial? Em caso de discordância com a CIF, quais as alternativas?

- Defende a revogação do Decreto-Lei n.º 3/2008 (regime de Educação Especial) e aprovação de um novo quadro legal, sobre Educação Especial, tendo por referência o anterior diploma, o Decreto-Lei n.º 319/91?

- Nos últimos anos tem diminuído o número de alunos apoiados de acordo com as necessidades educativas especiais que apresentam. Que medidas defende para que se inverta este caminho?

ENSINO SUPERIOR

- Considera que os problemas de financiamento do ensino superior são superáveis através da opção pelo regime fundacional?

- A aposta na I&D exige um quadro de financiamento específico e forte. Em linhas gerais e face às dificuldades de financiamento que se colocam às instituições de ensino superior, como entende que pode ser ganha aquela aposta?

ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

- Num momento de profunda crise, cujas consequências para as famílias são as mais negativas, provocando o seu empobrecimento, que medidas mais relevantes defende no sentido de a acção social escolar ser, de facto, eficaz?

OBRIGATORIEDADE ESCOLAR

- O partido concorda com o alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos? Se concordar, quais as principais medidas que considera indispensáveis e prévias a esse alargamento?

- É favorável ao alargamento da obrigatoriedade de frequência à Educação Pré-Escolar, neste caso, ao grupo etário que antecede a entrada no 1.º Ciclo do Ensino Básico?

ÚLTIMA QUESTÃO

- Refira seis medidas que considere prioritárias para ajudar a Educação a sair da crise em que se encontra.

O Secretariado Nacional da FENPROF