Nacional

Jornada de protesto, luta e luto relançou a luta dos Professores

25 de maio, 2009

A Jornada de Protesto, Luta e Luto dos Professores e Educadores, promovida no dia 26 de Maio, pela Plataforma Sindical dos Professores, é uma aposta ganha, pois atingiu os objectivos definidos. Esta apreciação decorre, sobretudo, do facto de ter permitido relançar a luta dos professores, no momento em que se prepara mais um dos seus momentos altos: a Manifestação Nacional convocada para o próximo sábado, dia 30 de Maio, em Lisboa, com início às 15 horas no Largo do Marquês de Pombal.

No que respeita à adesão à paralisação de dois tempos, esta é muito variada, encontrando-se valores situados entre os zero e os 100%. Alguns exemplos:

Grande Porto

Sec. de Águas Santas, Maia - 42%

EB 2.3 Custóias - 37%

Sec. Fontes Pereira de Melo, Porto - 23%

Região de Coimbra

EB2.3 Alice Gouveia - 100%

Sec. Jaime Cortesão, Coimbra - 80%

EB 2.3 Pedrulha, Coimbra - 88%

Sec. D. Maria, Coimbra- 31,4%

EB 2.3 Vila Nova de Poiares - 80%

EB 2.3 São Silvestre - 40%

EB 2.3 Inês de Castro - 61%

Agrupamento Silva Gaio - 7%

Distrito de Viseu

Sec. Vouzela - 72%

Sec. Carregal do Sal - 46,7%

EB 2.3 Canas de Senhorim - 79%

Sec. Viriato, Viseu - 63,3%

Sec. Emídio Navarro, Viseu - 60%

Sec. Sé, Lamego - 85,4%

EB 2.3 Santa Comba Dão - 82%

Agrupamento de Silgueiros - 76%

EB 2.3 Nelas - 43%

Distrito de Aveiro

EB 2.3 Mealhada- 83%

EB 2.3 Pampilhosa do Botão - 82%

Distrito da Guarda

Sec. Sabugal - 67%

Agrupamento de Almeida - 38,2%

Agrupamento de Manteigas - 80,7%

Distrito de Castelo Branco

EB 2.3 Tortosendo - 51,4%

EB 2.3 Ribeiro Sanches, Penamacor - 88,9%

Sec. Amato Lusitano, Castelo Branco - 50%

Agrupamento João Franco - 25%

Distrito de Leiria

EB 2.3 Pataias - 72%

EB 2.3 S. Martinho do Porto - 43%

Grande Lisboa

Conservatório de Dança de Lisboa - 66%

EB 2.3 Avelar Brotero, Odivelas - 51%

Sec Gil Vicente, Lisboa - 30%

JI Pai-do-Vento - 45%

EB1 nº1 da Amoreira - 100%

EB1 nº2 da Amoreira - 100%

EB1 do Estoril - 100%

EB 2 João de Deus - 35%

EB1 Casal de Cambra - 100%

Distrito de Setúbal

EB 2.3 José Maria dos Santos (Pinhal Novo) - 41%

EB 2.3 Luísa Tody (Setúbal) - 27%

Região do Alentejo

Sec. Castro Verde - 17%

EB 2.3 Vidigueira - 40%

Distrito de Faro

EB 2.3 Cabanita, Loulé - 70%

Sec. Loulé - 7%

EB 2.3 Afonso III - 45%

EB 2.3 Alberto Iria, Olhão - 70%

De novo na rua

Após a realização desta jornada de protesto, prepara-se, agora, a Manifestação Nacional do próximo sábado, dia 30, em que os professores e educadores, culminando um ano de intensa luta, voltarão à rua para:

- Reafirmar o seu repúdio pelas políticas educativas do Governo que, tanto, têm desvalorizado a Escola Pública e a profissão de professor;

- Colocar aos partidos políticos a necessidade de, em período de elaboração dos seus programas eleitorais para as Legislativas de Setembro, assumirem compromissos para o futuro que permitam solucionar os problemas que dificultam a organização e funcionamento das escolas e constrangem a actividade dos docentes;

- Exigir uma efectiva revisão do Estatuto da Carreira Docente e a substituição do modelo de avaliação, através dos processos que se esperam verdadeiramente negociais previstos para os meses de Junho e Julho.


REFÉM DAS SUAS DIFICULDADES DEMOCRÁTICAS
PRIMEIRO-MINISTRO RECUSOU OUVIR OS PROFESSORES

As dificuldades em lidar com as regras da democracia, impediu o Primeiro-Ministro, José Sócrates, de ouvir os professores na deslocação que hoje fez a Coimbra.

Na sua breve permanência nesta cidade, para, com a presença da comunicação social, simular a inauguração de um circuito de fibras ópticas, o Primeiro-Ministro não quis receber os dirigentes sindicais que, mandatados pelos professores da EB2.3 Alice Gouveia (escola em que permaneceram durante o período da paralisação), pretendiam entregar-lhe a posição que, por unanimidade, estes aprovaram.

A recusa em dialogar com os dirigentes sindicais não surpreende, na medida em que, ao longo da legislatura, mesmo nos momentos de maior tensão, o Primeiro-Ministro recusou receber a Plataforma Sindical dos Professores, não assumindo, assim, as responsabilidades políticas que lhe estavam e estão cometidas.

Não será por essa razão que o Primeiro-Ministro deixará de conhecer a posição dos professores e educadores.

A Plataforma Sindical dos Professores
26/05/2009
A seguir: posição aprovada por unanimidade e aclamação na EB 2.3 Alice Gouveia, de Coimbra:

Os Professores não desistem de defender a sua Profissão e a qualidade da Escola Pública

Porque se sentem atingidos na sua dignidade profissional e humana?

Porque defendem os superiores interesses da escola pública?

Porque estão verdadeiramente empenhados na melhoria das aprendizagens dos alunos?

...os docentes estão dispostos a continuar a manifestar a sua determinação e empenhamento numa alternativa a esta politica educativa e, particularmente, ao Estatuto da Carreira Docente imposto por este ME/Governo que os oprime e a este modelo de Avaliação do Desempenho que deprecia o imprescindível papel social dos professores e educadores e a importância do seu desempenho para o desenvolvimento educativo do país.

Com o regresso à rua, que terá lugar no próximo dia 30 de Maio, através da Manifestação Nacional convocada pela Plataforma Sindical dos Professores, e nesta semana de exigência, protesto e luta, os professores e educadores revêem-se nos principais objectivos traçados, designadamente:

- Na exigência de que no processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente sejam introduzidas alterações significativas que dignifiquem e valorizem a carreira e o exercício da profissão docente;

- Na exigência de que o processo de revisão e substituição do modelo de avaliação em vigor se inicie de imediato, decorra, finalmente, num clima de efectiva negociação e que os procedimentos em curso, este ano, sejam suspensos, evitando que se degrade ainda mais o clima de insatisfação e conflito que existe nas escolas;

- Protestando, neste final de ano lectivo e de Legislatura, contra as políticas educativas impostas pelo Governo, cujas consequências têm sido as piores para a Educação, para as escolas e para os professores;

- Exigindo aos partidos políticos a assunção de compromissos em relação ao futuro e à necessidade de ser profundamente alterado o rumo das políticas educativas, no sentido de salvaguardar os legítimos interesses da Escola Pública e os direitos dos docentes, dignificando e valorizando o seu exercício profissional e a sua carreira.

26 de Maio de 2009
Aprovado por unanimidade e aclamação
pelos docentes do Agrupamento de Escolas Alice Gouveia, Coimbra