Nacional

MANIFESTAÇÃO de 28 de Março, DIA NACIONAL DA JUVENTUDE. Apelo à participação dos jovens docentes

24 de março, 2009
A FENPROF defende que um combate sério aos problemas de insucesso e abandono escolares que Portugal mantém não se faz sem o envolvimento e o trabalho de mais professores nas nossas escolas.

Mas nos concursos de colocação recentemente abertos, o Governo/Ministério da Educação prepara-se para encerrar milhares de vagas, tornando cada vez mais difícil a entrada de jovens na profissão. Há milhares de colegas, entre detentores de habilitação própria e finalistas, impedidos, até, de aceder a esse concurso.

A FENPROF afirma a necessidade de entrada de mais jovens professores e educadores nas escolas, quer na actividade lectiva normal, quer para o desenvolvimento e apoio a múltiplos projectos de apoio a alunos e outros. 

Mas o Governo/Ministério da Educação especializaram-se na invenção de medidas que obrigam os jovens a atrasar ou a desistir do exercício profissional para que se qualificaram. Medidas como a sobrecarga dos horários de trabalho ou o retardamento da aposentação dos professores com mais tempo de serviço, criam uma situação de aparente excesso de professores no sistema.

A FENPROF vem alertando para o imperativo de aumentar, sem falsificações estatísticas, as qualificações profissionais e académicas da população activa portuguesa, sublinhando que este desígnio passa pelo contributo profissional de milhares de professores cujas qualificações estão a ser irresponsavelmente desperdiçadas.  

O Governo/Ministério da Educação são os verdadeiros responsáveis pelo desperdício de recursos humanos a que Portugal assiste: dezenas de milhar de profissionais qualificados para o trabalho docente são atirados para o desemprego ou para outras ocupações que pouco ou nada têm a ver com a preparação em que eles, as suas famílias e o país investiram.

A FENPROF luta, desde há muito, para que os jovens professores e educadores possam exercer a sua profissão em condições de estabilidade. Têm direito a dedicar-se ao trabalho com perspectivas de investimento pessoal e profissional, o que exige trabalho estável; têm direito a construir projectos de vida com base no exercício da profissão para que se qualificaram.


O Governo/Ministério da Educação não tem parado de aprofundar o caminho inverso: acabou com os estágios pedagógicos em situação de verdadeira responsabilização profissional, incluindo a contagem de tempo de serviço prestado e a respectiva remuneração; introduziu e generalizou formas de contrato cada vez mais precárias e com menos direitos; aos jovens que, em número insuficiente, foram contratados é negada qualquer perspectiva de vinculação que lhes dê segurança para olhar o futuro; há milhares de professores que já deviam estar integrados em lugares de quadromas nem as regras e os limites impostos às empresas privadas para esse efeito são respeitadas pelo Governo; o Ministério insiste na sujeição dos jovens professores a uma "prova de ingresso" na profissão, não obstante todo o trajecto de formação por eles já percorrido com êxito.

A FENPROF bate-se por uma profissão valorizada e dignificada, com um Estatuto e com salários de acordo com a decisiva importância social da profissão docente. O país precisa dos seus professores, precisa de mais professores!

O Governo/Ministério da Educação impuseram um Estatuto que destrói as perspectivas de desenvolvimento profissional e de carreira à esmagadora maioria dos professores, particularmente aos mais jovens; que corta brutalmente justas expectativas salariais; que degrada horários e condições de trabalho; que força uma avaliação de desempenho que serve para poupar euros e não para valorizar e melhorar desempenhos; que nega possibilidades de entrar na profissão e de a exercer com confiança no futuro; que pretende retirar a condição de professor a milhares de jovens que se qualificaram para tal de acordo com as regras legalmente estabelecidas.
 

A FENPROF luta contra a orientação do Governo/Ministério da Educação, luta contra o seu errado rumo político. É por isto, e com especial atenção aos problemas dos jovens, que a FENPROF vai participar na MANIFESTAÇÃO de 28 de Março, no DIA NACIONAL DA JUVENTUDE.

Como aconteceu no passado dia 13 em que mais de 200 mil trabalhadores portugueses exigiram uma mudança de rumo, é preciso que os jovens lutem pelo seu direito ao futuro.

As lamentações de pouco servem: o que importa é lutar para que as coisas mudem!