Nacional
Na reunião do passado dia 11, "o ME não aceitou um único dos ítens" da proposta apresentada pelos Sindicatos

Plataforma lança Manifesto/Abaixo-Assinado pela suspensão do modelo de avaliação imposto pelo Governo

09 de dezembro, 2008

"Perante a intransigência do Ministério da Educação em aplicar um modelo de avaliação que interfere negativamente no funcionamento das escolas, no desempenho dos professores, logo, nas aprendizagens dos alunos", a Plataforma Sindical lança a partir de agora um Manifesto que vai recolher, apenas numa semana, um número recorde de assinaturas de apoio. "Será, estamos certos, o maior abaixo-assinado de sempre na Educação", garantiu Mário Nogueira na conferência de imprensa realizada pela Plataforma, meia hora depois de ter terminado  a reunião dos responsáveis políticos do ME com os representantes sindicais, esta quinta-feira, dia 11, em Lisboa, que suscitou a presença de um "batalhão" de jornalistas no Conselho Nacional de Educação, em Lisboa.

No breve texto que acompanha este Abaixo-Assinado, é reiterada a exigência da suspensão do modelo burocrático do ME, a negociação de uma solução transitória para este ano e a revisão do ECD, a partir de Janeiro de 2009, "no sentido de substituir o actual modelo de avaliação e eliminar a divisão da carreira docente nas categorias de "professor" e "professor titular".

Nesta reunião, que se pensava ser negocial, a Ministra da Educação "não aceitou um único dos ítens" da proposta de solução transitória de avaliação para o ano em curso apresentada pela Plataforma. 

Os representantes dos educadores e professores, apesar da postura inflexível do Ministério,  lançaram a proposta de abertura de um processo negocial de revisão do ECD, e sublinharam, pela voz de Mário Nogueira, que "é inesgotável  a nossa vontade de negociar"."A luta nas escolas" e a rápida recolha de assinaturas de apoio ao Manifesto agora lançado pela Plataforma são tarefas fundamentais nestes dias que vivemos, como realçou o dirigente sindical. 

"Critérios essencialmente pedagógicos"

Mário Nogueira sintetizou, no diálogo com os jornalistas, os objectivos que envolvem a proposta de modelo transitório de avaliação do desempenho dos docentes, "até à negociação de outro que substitua o que se encontra em vigor", salientando que a solução para o resto deste ano lectivo deverá ter em conta a realidade do funcionamento das escolas e a especificidade do exercício de funções docentes.
Na perspectiva dos Sindicatos, deverá  "assentar em critérios essencialmente pedagógicos". / JPO


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PRESSÃO INACEITÁVEL SOBRE OS ÓRGÃOS DE GESTÃO

O ME fez chegar  aos Presidentes dos Conselhos Executivos, um mail, enviado pela DGRHE, em que os informa de que estes deverão "desmentir informações que dêem como suspenso o processo [de avaliação], nas escolas que dirigem." Pretende o ME que os Conselhos Executivos desmintam a verdade. E a verdade é que a avaliação, nas escolas, está suspensa!

É lamentável esta actuação do Ministério da Educação para quem parece valer tudo, incluindo estes mails em tom ameaçador. São estes procedimentos que, de há muito, vêm criando uma enorme indignação nos professores e estão na origem do clima de instabilidade que se vive nas escolas.

É reprovável e intolerável este comportamento de quem, em primeiro lugar, deveria promover a tranquilidade e a serenidade, indispensáveis ao bom funcionamento das escolas. Chega a ser mesmo irresponsável?

A Plataforma Sindical dos Professores
9/11/2008