"Perante a intransigência do Ministério da Educação em aplicar um modelo de avaliação que interfere negativamente no funcionamento das escolas, no desempenho dos professores, logo, nas aprendizagens dos alunos", a Plataforma Sindical lança a partir de agora um Manifesto que vai recolher, apenas numa semana, um número recorde de assinaturas de apoio. "Será, estamos certos, o maior abaixo-assinado de sempre na Educação", garantiu Mário Nogueira na conferência de imprensa realizada pela Plataforma, meia hora depois de ter terminado a reunião dos responsáveis políticos do ME com os representantes sindicais, esta quinta-feira, dia 11, em Lisboa, que suscitou a presença de um "batalhão" de jornalistas no Conselho Nacional de Educação, em Lisboa.
No breve texto que acompanha este Abaixo-Assinado, é reiterada a exigência da suspensão do modelo burocrático do ME, a negociação de uma solução transitória para este ano e a revisão do ECD, a partir de Janeiro de 2009, "no sentido de substituir o actual modelo de avaliação e eliminar a divisão da carreira docente nas categorias de "professor" e "professor titular".
Nesta reunião, que se pensava ser negocial, a Ministra da Educação "não aceitou um único dos ítens" da proposta de solução transitória de avaliação para o ano em curso apresentada pela Plataforma.
Os representantes dos educadores e professores, apesar da postura inflexível do Ministério, lançaram a proposta de abertura de um processo negocial de revisão do ECD, e sublinharam, pela voz de Mário Nogueira, que "é inesgotável a nossa vontade de negociar"."A luta nas escolas" e a rápida recolha de assinaturas de apoio ao Manifesto agora lançado pela Plataforma são tarefas fundamentais nestes dias que vivemos, como realçou o dirigente sindical.
"Critérios essencialmente pedagógicos"
Mário Nogueira sintetizou, no diálogo com os jornalistas, os objectivos que envolvem a proposta de modelo transitório de avaliação do desempenho dos docentes, "até à negociação de outro que substitua o que se encontra em vigor", salientando que a solução para o resto deste ano lectivo deverá ter em conta a realidade do funcionamento das escolas e a especificidade do exercício de funções docentes.
Na perspectiva dos Sindicatos, deverá "assentar em critérios essencialmente pedagógicos". / JPO
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PRESSÃO INACEITÁVEL SOBRE OS ÓRGÃOS DE GESTÃO
O ME fez chegar aos Presidentes dos Conselhos Executivos, um mail, enviado pela DGRHE, em que os informa de que estes deverão "desmentir informações que dêem como suspenso o processo [de avaliação], nas escolas que dirigem." Pretende o ME que os Conselhos Executivos desmintam a verdade. E a verdade é que a avaliação, nas escolas, está suspensa!
É lamentável esta actuação do Ministério da Educação para quem parece valer tudo, incluindo estes mails
É reprovável e intolerável este comportamento de quem, em primeiro lugar, deveria promover a tranquilidade e a serenidade, indispensáveis ao bom funcionamento das escolas. Chega a ser mesmo irresponsável?
A Plataforma Sindical dos Professores
9/11/2008