Nacional
FENPROF promove campanha de valorização da imagem social dos Professores

Somos Professores. Assumimos os nossos deveres. Não abdicamos dos nossos direitos.

19 de setembro, 2007

A FENPROF lançou publicamente no dia 18 de Setembro a sua Campanha de promoção da imagem social dos Professores e da Escola. Uma iniciativa necessária porque, como referiu Mário Nogueira, "alguém tem de fazer aquilo que o Ministério da Educação e o Governo não foram capazes de fazer. Ao contrário de outros países da União Europeia em que os governantes apoiam e incentivam os seus professores como factores fundamentais do desenvolvimento, os responsáveis do ME desdobram-se no lançamento permanente de suspeitas sobre os professores e os educadores como se fossem eles a principal causa dos males de que padece o sistema educativo." 
Sobre esta matéria Mário Nogueira acrescentou: "Vamos prosseguir, como sempre fizemos, na defesa do papel insubstituível dos professores num quadro de corpo social indispensável ao combate às assimetrias, pela qualificação da população, pelo desenvolvimento da Educação, nos combates pelas grandes causas sociais, entre as quais se encontra a Educação e a Escola Pública."

Extracto da Declaração de Mário Nogueira, Secretário-Geral da FENPROF, na Conferência de Imprensa de 18 de Setembro, em Coimbra - Casa do Sal, junto a um dos painéis de Campanha:

"Pede-se aos Professores que sejam os psicólogos que as escolas não têm, os assistentes sociais que as escolas não têm e até, por vezes, os pais que estão ausentes.

Os professores assumem essas responsabilidades e têm-no feito, com todo o esforço e dedicação. Não tem havido contudo um reconhecimento através de medidas. Diria mesmo que o Ministério da Educação e o Governo umas vezes por palavras, outras vezes por actos e outras vezes por omissões têm vindo de facto a desvalorizar os professores portugueses.

Por palavras, com discursos que todos conhecemos, como o mais célebre da senhora Ministra, em que afirmou "perdi o professores mas ganhei a opinião pública?"como se isso fosse possível para ter uma escola a funcionar bem.

Por actos, como com a aprovação do Estatuto da Carreira Docente imposto este ano que desvaloriza claramente a profissão. Com o aumento dos horários de trabalho, a sobrecarga de trabalho burocrático que ocupa os professores e lhes retira tempo e disponibilidade para preparação das actividades e para a realização cuidada da avaliação dos seus alunos e até para algum apoio às suas aprendizagens.

E até por omissões, porque em muitos momentos em que se esperava uma palavra de incentivo, como na abertura deste ano lectivo, de mobilização e até respeito e consideração, ela não existiu. E quando houve foi porque, da nossa parte o exigimos insistentemente.

Esta atitude contrasta com o que se passa nos outros países onde são os próprios governos a promoverem campanhas da imagem social dos professores, com anúncios, nas televisões, junto da população. Percebe-se que fazê-lo é muito importante para o próprio trabalho dos professores. Quando isto acontece os professores vêem a sua autoridade reconhecida, valoriza a própria escola, os professores sentem-se mais motivados e reconhecidos. Isto não tem acontecido no nosso pais, pelo que a FENPROF, como maior organização sindical  de professores em Portugal que assume as suas responsabilidades sociais e perante os professores, decidiu levar por diante esta campanha.

Uma campanha em que o lema exigimos melhores condições de trabalho existe porque queremos que haja melhores condições de aprendizagem.

E é também aqui que existe uma assinalável diferença entre o que dizemos e o que a senhora ministra diz. O Ministério da Educação quer que os alunos tenham melhores aprendizagens, mas esquece que para isso é preciso que se invista, que se criem condições. Por esse motivo, mais uma vez, este ano se comemorará o Dia Mundial dos Professores, no dia 5 de Outubro, sob a égide da UNESCOP e da Internacional de Educação, com a participação de milhares de docentes, num dia feriado em Portugal, com o envolvimento e o apoio solidário de representantes de Sindicatos de França e Espanha, onde queremos deixar claro, junto do ME que os professores não desistirão de lutar e irão até ao fim na luta pelos seus direitos, pela dignidade profissional, exigindo respeito pelo seu esforço enquanto trabalhadores muito qualificados, o que passa, também, pela revogação deste Estatuto da Carreira Docente que continua a ser, para os Professores e Educadores Portugueses o seu principal objectivo de luta."



Descarregue o Flash Player para ver este filme.


Descarregue o Flash Player para ver este filme.