Nacional
V Congresso da Internacional de Educação (IE)

Faltam professores na aldeia global

11 de agosto, 2007

Depoimento de Mário Nogueira,
secretário-geral da FENPROF, delegado ao V Congresso da IE

O Mundo precisa de professores. Esta é uma das conclusões do V Congresso da Internacional de Educação.
Uma educação de qualidade e uma educação para todos não podem ser garantidas sem professores com formação sólida, valorizados e aptos para aqueles grandes desafios.
Se este apelo é a assumido por sindicatos e governos dos países mais pobres, de África, Ásia e América Latina, já no norte - e a Europa é disso exemplo - as coisas passam-se de forma diferente.
Na Europa há uma quebra de natalidade e, embora com algumas excepções, o acesso à educação está generalizado. Contudo, generalização não é sinónimo de democratização. A democratização do acesso à educação só se alcançará numa Escola Pública Democrática de Qualidade, que reúna boas condições de trabalho e um corpo docente estabilizado, valorizado e dignificado material e socialmente.

Olhando para Portugal, em que as políticas educativas se orientam para a poupança, ainda que à custa da qualidade, e relativamente às carreiras profissionais, vemos que a intenção é desvincular docentes, reduzir salários e despedir profissionais (por enquanto os contratados...).
Concluímos que, também entre nós, faz sentido a exigência de mais professores para as escolas. É que, ao contrário do que pretendem o Ministério da Educação e o Governo, as escolas portuguesas precisam de mais professores para que seja dado o inadiável salto qualitativo que começa a tardar
É esta política educativa portuguesa, alheia ao interesse nacional, que a delegação da FENPROF denunciou neste Congresso da IE, que reuniu representantes de mais de 30 milhões de trabalhadores da educação. M.N.