Nacional
V Congresso da Internacional de Educação (IE)

Docentes sindicalistas assassinados, perseguidos e detidos: um grito de alerta e de solidariedade, de Berlim para todo o Mundo

11 de agosto, 2007

«Rigorosamente, não sabemos quantos são os docentes sindicalistas assassinados pelas ditaduras, desaparecidos, aprisionados e torturados».
Estas palavras do Presidente da IE (foto) marcaram um dos momentos mais intensos do V Congresso, no penúltimo dia dos trabalhos.
Nos ecrãs gigantes surgiram então os nomes e os rostos de dirigentes sindicais como Maria Raquel Castro Pérez, da Associação de Educadores de Arauca, detida na prisão de mulheres Buen Pastor, em Bogotá, Colômbia; Joviel Acevedo Ayala, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Guatemala, afastado do ensino; Japhta Radibe, presidente do Sindicato dos Professores de Botswana, afastado do ensino pelo Governo, com 46 anos; Tilahun Ayalew, da Associação dos Professores da Etiópia (APE), desaparecido desde 28 de Maio passado; Anteneh Getnet, membro do conselho regional de Adis Abeba da APE, detido na prisão central de Kality desde 30 de Maio passado; Woldie Dana, membro da Associação de Professores da Etiópia, detido no mesmo estabelecimento prisional desde 4 de Junho último ; e ainda do mesmo país africano Meqcha Mengistu, membro da APE e do Comité desta associação para a implementação do programa Educação para Todos/SIDA, patrocinado pela IE, detido na prisão de Kality desde 30 de Maio deste ano.

33 docentes assassinados na Colômbia em 2006

No Congresso foram divulgadas outras graves situações de eliminação e repressão brutal contra dirigentes sindicais, incluindo uma lista com os nomes dos 33 professores assassinados na Colômbia durante o ano de 2006, de acordo com os dados divulgados pela Comissão de Direitos Humanos daquele país. 
O presidente da IE, Thulas Nxesi (foto), deixou em Berlim esta firme garantia: "Continuaremos o nosso trabalho, inspirando-nos nos exemplos de coragem de muitos colegas que em vários países continuam a correr sérios riscos para defender os interesses dos professores e dos seus alunos"

O Mundo não pode ficar indiferente. O V Congresso da IE deixa um grito de alerta e de solidariedade. E o caminho passa, naturalmente, pelo reforço dos movimentos de opinião, entregando abaixo-assinados nas embaixadas, pressionando os políticos, divulgando publicamente estas situações de atentado aos direitos humanos, promovendo iniciativas e campanhas nacionais, regionais e internacionais. A IE pode certamente contar com a FENPROF e com os educadores e professores portugueses./ JPO