Nacional
V Congresso da Internacional de Educação (IE)

Trabalho infantil, ainda uma triste realidade no século XXI

11 de agosto, 2007

Em intervenções, em materiais divulgados nas galerias de acesso ao vasto pavilhão onde decorreram as sessões plenárias, em exposições e em depoimentos prestados aos jornalistas na sala de imprensa, a dimensão actual do trabalho infantil  mereceu especial destaque na assembleia magna da Internacional de Educação.

Em vários casos com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os materiais informativos dedicados ao tema fazem balanços da edição de 2007 do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, comemorado em 12 de Junho e que teve como um dos principais objectivos chamar a atenção da opinião pública e das instituições nacionais e internacionais para a necessidade de mobilizar esforços e iniciativas tendo em vista a erradicação do trabalho infantil na agricultura.

A IE e a OIT, que revelam situações dramáticas vividas em diferentes países, como por exemplo a Índia, Nepal, Afeganistão, Ruanda, Perú, Albânia ou Marrocos, calculam que cerca de 70 por cento do trabalho infantil se concentra no sector agrícola. Por seu turno, o Projecto Educação para Todos no Mundo indica que 80 por cento das crianças que não vão à escola se encontram nas zonas rurais.

«Mais de 132 milhões de crianças, dos 5 aos 14 anos, ajudam a produzir a maioria dos alimentos e bebidas que consumimos, a par da produção têxtil destinada ao vestuário», revelam a OIT e a IE.

A Internacional de Educação está firmemente empenhada no combate ao trabalho infantil e deixou em Berlim um firme desafio a todos as suas organizações filiadas para que levantem este problema nos respectivos países, nas instituições sociais, nas comunidades, no trabalho sindical e nas escolas.

Como sublinharam alguns dirigentes da IE/Europa, num briefing na sala de imprensa do V Congresso, «o flagelo do trabalho infantil, a não frequência da escola por meninos e meninas em idade escolar básica e o abandono escolar precoce não são exclusivos de África, da Ásia ou da América do Sul...Temos pela frente muito trabalho para, em articulação com diferentes entidades, garantir novas perspectivas a muitas crianças injustiçadas»./ JPO