Em intervenções, em materiais divulgados nas galerias de acesso ao vasto pavilhão onde decorreram as sessões plenárias, em exposições e em depoimentos prestados aos jornalistas na sala de imprensa, a dimensão actual do trabalho infantil mereceu especial destaque na assembleia magna da Internacional de Educação.
Em vários casos com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os materiais informativos dedicados ao tema fazem balanços da edição de 2007 do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, comemorado em 12 de Junho e que teve como um dos principais objectivos chamar a atenção da opinião pública e das instituições nacionais e internacionais para a necessidade de mobilizar esforços e iniciativas tendo em vista a erradicação do trabalho infantil na agricultura.
A IE e a OIT, que revelam situações dramáticas vividas em diferentes países, como por exemplo a Índia, Nepal, Afeganistão, Ruanda, Perú, Albânia ou Marrocos, calculam que cerca de 70 por cento do trabalho infantil se concentra no sector agrícola. Por seu turno, o Projecto Educação para Todos no Mundo indica que 80 por cento das crianças que não vão à escola se encontram nas zonas rurais.
«Mais de 132 milhões de crianças, dos 5 aos 14 anos, ajudam a produzir a maioria dos alimentos e bebidas que consumimos, a par da produção têxtil destinada ao vestuário», revelam a OIT e a IE.
A Internacional de Educação está firmemente empenhada no combate ao trabalho infantil e deixou em Berlim um firme desafio a todos as suas organizações filiadas para que levantem este problema nos respectivos países, nas instituições sociais, nas comunidades, no trabalho sindical e nas escolas.
Como sublinharam alguns dirigentes da IE/Europa, num briefing na sala de imprensa do V Congresso, «o flagelo do trabalho infantil, a não frequência da escola por meninos e meninas em idade escolar básica e o abandono escolar precoce não são exclusivos de África, da Ásia ou da América do Sul...Temos pela frente muito trabalho para, em articulação com diferentes entidades, garantir novas perspectivas a muitas crianças injustiçadas»./ JPO