Os problemas e as aspirações de 60 milhões de educadores e professores que existem hoje no Mundo (cálculos da UNESCO), a que se devem acrescentar outros 18 milhões necessários à concretização dos objectivos de desenvolvimento do Milénio, estiveram em análise no V Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE), que decorreu na histórica cidade de Berlim, entre 22 e 26 de Julho.
Além ter aprovado um ambicioso programa de acção para os próximos anos e um conjunto de resoluções, o Congresso elegeu o Conselho Executivo da organização, incluindo o Presidente, os Vice-Presidentes e o Secretário Geral. Thulas Nxesi (presidente) e Fred van Leeuwen (secretário-geral) permanecem nos seus postos.Foram também preenchidos vários lugares em aberto na direcção da IE (ver peça dedicada à constituição do novo Executivo).
Os debates realizaram-se em torno do tema central "Educadores: juntos por uma Educação de Qualidade e pela Justiça Social". O programa do Congresso incluíu sessões plenárias e grupos temáticos.
Os documentos preparatórios abordaram matérias de vincada actualidade, como o avanço da mundialização e as suas expressões nos sectores do ensino e da educação, a persistência da pobreza, a insuficiência da ajuda oficial ao desenvolvimento, o papel crescente dos grupos de pressão neoliberal para a intensificação da privatização dos serviços públicos e ainda, entre outras, questões relacionadas com a cooperação entre sindicatos e ONGs (organizações não-governamentais) e com a defesa do meio ambiente.
A situação actual dos professores no Mundo, a sua realidade sócio-profissional e sindical, o alerta para as consequências da pulverização sindical docente em muitos países, a luta por uma maior justiça social e o "papel primordial dos docentes na organização e no futuro das nossas sociedades", construído na base da sua unidade e da sua intervenção pela vitalidade da educação pública para todos, atravessaram o grande debate de Berlim, em que a FENPROF esteve representada. Em Setembro o "JF" incluirá uma abordagem especial desta matéria, incluindo entrevistas com dirigentes de vários países e entidades, nomeadamente de Espanha, Palestina, África e IE. JPO
