Nacional
Arménio Carlos, Secretário-Geral da CGTP-IN

“Independentemente de quem esteja no poder, ouçam os Sindicatos!”

19 de maio, 2017

O Secretário-Geral da CGTP-IN interveio na Sessão de Abertura do 12.º Congresso do Sindicato dos Professores da Madeira. A CGTP incorpora as preocupações dos professores, estabelece objectivos de acompanhamento e apoio aos professores como forma de valorização de uma escola pública, de qualidade, democrática e inclusiva. Manifestando preocupação com a forma como o país é gerido, criticou o desleixe na criação de apoio aos portugueses para que encontrem neste país estabilidade e rendimento e para que possam aqui viver e aqui apoiar o desenvolvimento do país.

Pegando no tema do Congresso, Arménio Carlos afirmou que falar de ética deve implicar sermos críticos sobre nós e a sociedade, afirmando a autonomia de cada um e de todos nesse contributo para o desenvolvimento social.

Deixou um recado aos governos: “ouçam mais os sindicatos dos professores, para aproveitarem o contributo que estes podem dar para resolver muitos problemas por que passa o país”. E atacou o preconceito que tentam imprimir contra os sindicatos, para chamar a atenção para a essência do movimento sindical: rigor e exigência, para transformar.

CGTP-IN  e SPM são parceiros, referiu a dado passo, e “ser sindicalista é uma opção” – servir os outros e não servir-se do lugar em seu proveito próprio. Os sindicalistas souberam estar ao lado do Povo em todos os momentos da nossa história. Soubemos sempre ser coerentes com o que sempre defendemos. E “é nesta coerência que quando não assinamos acordos que nos querem impor o fazemos por segurança para os trabalhadores que representamos”, fez questão de deixar claro, num claro aviso quanto à postura que a CGTP-IN continuará a assumir, como sempre teve. “Antes remar contra a maré do que sermos engolidos pela maré” – disse no desenvolvimento desta ideia sobre o papel do movimento sindical de massas, combativo e de classe.

“Houve mudanças, mas o tempo continua e há problemas que é necessário ultrapassar” frisou Arménio Carlos. “No momento em que já está preparado o orçamento do Estado para 2018, é necessário não estagnar a acção e continuar a exigir para que se resolvam os problemas que precisam de ser e podem ser resolvidos”, alertou o Congresso.

A caminhar para o final da sua intervenção, chamou atenção para o facto de faltarem dois anos para o final da legislatura, sendo necessário calendarizem-se as medidas a tomar neste tempo. O Secretário-Geral da Intersindical disse ser importante definir prioridades, pois há soluções e elas podem ser concretizadas.

Chamou a atenção para, estando a legislatura a meio, começar a haver sinais de tendência para a sujeição do governo aos interesses económicos e financeiros, designadamente os externos ao país.

Arménio Carlos deixou uma garantia: “Nós não queremos que isto parta. Só queremos que os problemas sejam ultrapassados”. E lançou um apelo: “Independentemente de quem esteja no poder, ouçam os sindicatos!”

No final, deixou claro que as manifestações de 3 de Junho são para alertar para as prioridades e para a disponibilidade dos trabalhadores de lutarem por essas prioridades. “O Estado português não pode ter só compromissos com os credores. É preciso que o Estado português tenha também compromissos com os trabalhadores”.

E ficou o aviso: “Haja vontade política! Cá estaremos para lhe dar o necessário empurrão para que avance”.