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Paulo Sucena na abertura do 9º Congresso Nacional dos Professores

Os Governos não dão nada, tudo tem que se conquistar

18 de maio, 2007

"A democratização do ensino é não só uma exigência ética e moral como também condição indispensável ao desenvolvimento integral dos humanos e imperativo do desenvolvimento económico e do progresso social e cultural do País", afirmou Paulo Sucena na sessão de abertura do 9º Congresso Nacional dos Professores, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária, em Lisboa, até amanhã.

O dirigente sindical, que neste Congresso cessa funções de Secretário-Geral, deixou um forte apelo a todos os educadores e professores "no sentido de continuarem a dar mostras de firmeza e de jamais renunciarem, por mais exigente que ela seja, à caminhada com vista à edificação de um sociedade plenamente democrática e à construção de uma Escola da mais alta qualidade para todos", apontada à "preparação de cidadãos livres, intervenientes e críticos, detentores e utilizadores dos instrumentos necessários à edificação de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais solidária".

"Dar mesmo prioridade à Educação. Prestigiar a Escola e a Profissão Docente" é o lema que preside aos trabalhos da assembleia magna da FENPROF, que reúne mais de 800 delegados, em representação de todos os sectores e níveis de ensino e dos sete Sindicatos que constituem a Federação: SPGL, SPN, SPRC, SPZS, SPM, SPRA e SPE.

A sessão de abertura, dirigida por Rita Pestana, foi marcada ainda pela intervenção do Professor Doutor António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, que afirmaria a dado passo: "Quem escolheu ser professor, escolheu a mais impossível, mas também a mais necessária de todas as profissões. E sabe que não vale a pena acreditar que podemos tudo, que podemos tudo transformar. Não podemos. Mas podemos alguma coisa. E esta alguma coisa, é muitas vezes, a "coisa decisiva" na vida das nossas crianças e dos nossos jovens".

O debate e aprovação do Programa de Acção da FENPROF para o triénio 2007-2010, a par da eleição, prevista para o final dos trabalhos do segundo dia (hoje), por voto secreto e directo, dos membros do Conselho Nacional (órgão máximo entre Congressos) e do Conselho de Jurisdição para o mesmo período, são pontos de grande relevância neste encontro da FENPROF, um dos mais participados Congressos sindicais que se realiza em Portugal.

Deste Congresso e da eleição do novo Conselho Nacional sairá o novo Secretariado Nacional da Federação e respectivo Secretário-Geral.

A apreciação do Relatório de Actividades da FENPROF no período compreendido entre Abril de 2004 e Março de 2007 é um dos temas em destaque na ordem de trabalhos deste Congresso, que regista ainda a presença de dezenas de convidados nacionais e de representantes de organizações sindicais de professores de vários países, nomeadamente da Europa e de África, e da Internacional de Educação (IE). Na sessão de abertura esteve presente uma delegação da CGTP-IN, dirigida pelo seu secretário-geral, Manuel Carvalho da Silva.

Constituída em Abril de 1983, a FENPROF, a mais representativa organização sindical dos educadores e professores portugueses, contando com cerca de 70 000 associados, reafirma a necessidade de uma aposta na Escola Pública como opção estratégica fundamental para o desenvolvimento do País, e como garante da igualdade de oportunidades.
Como destaca o 9º Congresso, "o ensino público, constitu­cionalmente consagrado, é um direito de todos e uma incumbência do Estado, a quem compete criar e manter uma rede pública que cubra as necessidades de toda a população."