Negociação Nacional
Com esta regulamentação, acrescentou, "o ME conseguiu agravar o modelo de avaliação que resultava, inicialmente, do ECD imposto".

Mário Nogueira aos jornalistas: "O Ministério não desistiu de penalizar os professores"

16 de outubro, 2007

No início do encontro com os profissionais da comunicação social, na manhã de 16 de Outubro, em que foi divulgada a Carta Aberta das organizações sindicais de professores ao Primeiro Ministro, Mário Nogueira fez o balanço (francamente negativo) das reuniões realizadas no ME para regulamentação da avaliação do desempenho.

"O Ministério não desistiu de penalizar os professores", realçou o secretário-geral da FENPROF. Com esta regulamentação, acrescentou, "o ME conseguiu agravar o modelo de avaliação que resultava, inicialmente, do ECD imposto".

"Os responsáveis políticos do ME não sabem o que é uma Escola", declarou Mário Nogueira, que, depois de lembrar posições já divulgadas por elementos de órgâos de gestão e pelos inspectores, observaria mais adiante:
"Deram às escolas um mês para se prepararem para este modelo de avaliação - é impossível!", lembrando, nomeadamente, os documentos centrais da vida escolar que têm de ser alterados em cada escola e agrupamento.

O dirigente sindical registou ainda o início da regulamentação das questões relacionadas com o acesso à categoria de titular (reunião no ME, 17 de Outubro), matéria em que os Sindicatos também estão em frontal oposição ao Ministério, embora nunca "virem às costas à negociação".

Mário Nogueira falou ainda das injustiças que caracterizam a mobilidade especial , recordando declarações (gravadas e já passadas na televisão) da ministra  na Assembleia da República, "garantindo" que nenhum professor seria colocado nesse regime. O dirigente sindical recordou, a propósito, a forma violenta como o ME reagiu ao alerta lançado, há alguns meses atrás, pelas organizações sindicais e designadamente pela FNE, em relação à perspectiva (que se adivinhava) de incluir os professores com redução da componente lectiva por motivos de saúde na chamada lei da mobilidade. Afinal, as preocupações sindicais tinham a sua razão de ser!... Os "desmentidos" do ME é que, como se confirma, nunca fizeram sentido...

O secretário-geral da FENPROF sublinhou, já na ponta final da sua intervenção, o papel da convergência sindical na presente conjuntura, realçando que o próximo dia 19 de Janeiro será Dia de Luto dos Professores Portugueses, contra o ECD do ME.

A Carta Aberta ao PM foi comentada e lida aos jornalistas por Carlos Chagas (FENEI/SINDEP), que afirmaria a dado passo: "O ataque aos Sindicatos tem que merecer de toda a sociedade um vivo repúdio". / JPO