Negociação
FENPROF apresentará propostas concretas nesse sentido e exige abertura ao diálogo e à negociação (nota à Imprensa, 28/10/2005)

ME admite discutir e alterar aspectos que causam grande perturbação nas escolas. Nova reunião no dia 11 de Novembro

12 de novembro, 2005

Em reunião realizada no  dia 27 de Outubro, no Ministério da Educação, com a presença da ministra e dos dois secretários de Estado, a FENPROF conseguiu o compromisso da equipa ministerial de, no breve prazo, serem reapreciados os despachos causadores de grande parte da perturbação que hoje se vive nas escolas portuguesas - Despacho 16795/2005, de 3 de Agosto (sobre prolongamentos no 1º Ciclo) e Despacho 17387/2005, de 12 de Agosto (organização dos horários e substituições de professores) - tendo, para esse efeito, sido marcada nova reunião para o dia 11 de Novembro.

A FENPROF, uma vez mais, propôs a suspensão dos despachos com vista à avaliação da situação vivida pelas escolas onde os abusos, irregularidades e ilegalidades, provocados não apenas pelos novos diplomas, mas pelas imposições da administração educativa nas regiões, estão a provocar uma onda de descontentamento entre os professores e grandes tensões entre estes e os órgãos de gestão.

O M.E. recusou reconhecer a perturbação existente nas escolas, avaliando positivamente a aplicação da legislação, embora tivesse sido obrigado a reconhecer a insatisfação que grassa na classe docente disponibilizando-se a reapreciar os dois diplomas em causa, razão pela qual solicitou à FENPROF a entrega de propostas concretas com vista à sua revisão.

Na reunião do próximo dia 11, a FENPROF entregará as suas propostas, não só sobre aquelas matérias, mas também referentes a aspectos relacionados com o exercício da actividade profissional docente, designadamente nos últimos anos dessa actividade.

O Ministério da Educação dará a conhecer na reunião as suas posições de princípio quanto a alterações ao regime de concursos, aplicáveis já no próximo que terá lugar em Janeiro. A FENPROF, entretanto, deu já a conhecer que relativamente a eventuais colocações plurianuais, discordará de quaisquer mecanismos que sejam impeditivos dos professores tentarem anualmente, como é legítimo, aproximar-se das suas famílias.
Para a FENPROF, a estabilidade do corpo docente nas escolas deve ser conseguido através da valorização dos respectivos quadros e de incentivos que, embora previstos na lei desde há 15 anos nunca foram regulamentados. Foi, pois, rejeitada a ideia que tem sido veiculada pelos responsáveis do ME de que a estabilidade poderá ser obtida recorrendo a constrangimentos, desincentivos, penalizações ou impedimento de apresentação de candidatura.

Para a FENPROF a actual situação de bloqueio negocial não se altera por ter sido marcada mais uma reunião, a quinta desde o início do presente ano escolar. O conteúdo dessa reunião, a capacidade de diálogo que os responsáveis ministeriais vierem a revelar e a sua disponibilidade para alterarem medidas que desvalorizam o conteúdo funcional da profissão docente e põem em causa o bom funcionamento das escolas poderá ser um sinal importante quanto a uma eventual inversão de atitude e comportamento que se têm pautado pelo confronto com os professores e pelo autoritarismo na tomada e concretização das decisões.

A FENPROF reunirá o seu Conselho Nacional nos próximos dias 3 e 4 de Novembro aprovando nessa reunião do seu órgão máximo entre Congressos as linhas de intervenção e acção reivindicativa, que incluirão as posições negociais a apresentar ao ME, mas também o plano de acções e de luta que, com autonomia ou em convergência com outras organizações sindicais, serão desenvolvidas com vista a reforçar as posições sindicais junto da tutela.

O Secretariado Nacional da FENPROF
28/10/2005