A proposta apresentada pelo governo para recuperação do tempo de serviço perdido pelos professores é inaceitável. Não é, sequer, um ponto de partida para uma negociação séria. Os professores perderam, só com os congelamentos do tempo de serviço, 9 anos, 4 meses e 2 dias (112 meses); o governo admite recuperar 2 anos e 10 meses (34 meses). Ou seja, a proposta apresentada pelo governo pretende apagar 78 meses de serviço cumprido, isto é, 6 anos e 6 meses de trabalho.
A proposta é inaceitável e isso foi dito pela FENPROF aos representantes do governo que, apesar disso, mantiveram a sua proposta. No final, foi marcada nova ronda negocial para 12 de março, exigindo-se que, nessa reunião, seja apresentada uma nova proposta para negociação.
Para a FENPROF, há princípios que não poderão deixar de ser respeitados neste processo:
- Ser feita a contagem integral do tempo de serviço (no respeito pela Resolução n.º 1/2018, da Assembleia da República) e, entre 2019 e 2023, garantir que todo o tempo de serviço perdido pelos docentes será recuperado, ficando a sua situação de acordo com o estabelecido no ECD;
- Nestes 5 anos, em média, cada docente deverá recuperar 20% do tempo que perdeu;
- No conjunto de processos relativos a descongelamento e recuperação de tempo de serviço, até 31 de dezembro de 2019, todos os docentes deverão progredir, pelo menos, uma vez.
Perante a irredutibilidade do governo, a FENPROF considera que as razões que levaram a convocar a Greve Nacional por regiões, de 13 a 16 de março, se tornaram ainda mais fortes. Como tal, o Secretariado Nacional da FENPROF, que reunirá nos dias 1 e 2 de março, no segundo dia entregará no ME o respetivo Pré-Aviso.
O Secretariado Nacional
Mário Nogueira explica a proposta do governo que, para os sindicatos, é totalmente inaceitável.