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Dar voz à comunidade educativa

Arrancou em Matosinhos a campanha "1º CEB: caminhos para a sua valorização"

03 de fevereiro, 2016

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Ver cartaz da campanha "1º CEB: caminhos para a sua valorização" 

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) iniciou na passada terça-feira, na Escola Básica de Matosinhos, a campanha nacional “1º CEB: caminhos para a sua valorização”, uma iniciativa que pretende chamar a atenção para os problemas que se vivem no Primeiro Ciclo do Ensino Básico, dando voz à comunidade educativa. No arranque da campanha, o tema em destaque foi a constituição de turmas e a integração de alunos com necessidades educativas especiais.

“É preciso dignificar e respeitar a criança e dignificar e respeitar o professor. Esta campanha visa exatamente esses objetivos. Os colegas do Sindicato dos Professores do Norte tiveram a feliz ideia de vir para uma escola que não é muito habitual encontrar neste país, porque tem caraterísticas completamente diferentes da esmagadora maioria: tem muitos anos de escolaridade e recebe alunos de todos os estratos sociais. É uma escola pública que nós defendemos. Nós defendemos a integração e a escola pública precisa de condições para dar resposta a todos”, referiu Manuel Micaelo, coordenador do Departamento do 1º Ciclo da FENPROF, sublinhando a necessidade de um debate sobre este nível de ensino e os problemas das crianças que o frequentam.

O dirigente da FENPROF acrescentou que a ideia é dar voz aos que sabem o que se passa no setor. “Quem sabe o que se passa nas escolas são os auxiliares, são os professores, são os coordenadores de departamento, são os vereadores da Educação, são os autarcas em geral. E precisamos da opinião de todos para levar isto à sociedade. A escola precisa da sociedade, mas a sociedade também precisa da escola.”

Curar a doença

Nos últimos anos, foram encerradas mais de cinco mil escolas do 1º Ciclo, assistiu-se ao regresso das turmas com diversos anos de escolaridade, ao aumento do número de alunos por turma  e do número de alunos com necessidades educativas especiais (que deveriam estar integrados em turmas de menor dimensão), à falta de apoios às crianças, à desregulação dos horários de trabalho, quer dos professores, quer dos próprios alunos, entre outros problemas.

Nas palavras do Secretário Geral da FENPROF, há uma incoerência na forma como o 1º Ciclo se organiza. “Muitas vezes, parece que essa organização depende menos daquilo que é a exigência pedagógica de responder aos alunos e mais das disponibilidades financeiras ou dos recursos”, o que significa que há cada vez mais diferenças entre as escolas.

“É importante registar que, concluída a governação do anterior Executivo, com o ministro Nuno Crato, o insucesso escolar no Ensino Básico voltou a aumentar, o que não se verificava nos últimos anos”, referiu Mário Nogueira. “Nós queremos inverter isso e pensámos que hoje há condições políticas para tal.”

A FENPROFtem estado em conversações com o Ministério da Educação, sobre esta e outras matérias. E de acordo com Mário Nogueira tem havido “compreensão”. “O que fica do diálogo que temos estabelecido é que há conhecimento das situações. Portanto, o que esperamos agora é que haja condições para resolver os problemas. Se o diagnóstico está feito, vamos então curar o doente. E isso significa tomar medidas”. / Maria João Leite /A Pagina da Educação

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Peça anterior:

A próxima iniciativa no âmbito desta campanha vai decorrer em Coimbra, no dia 11 de fevereiro. Em foco vai estar a gestão e a representação do 1º Ciclo na direção dos agrupamentos.

Para travar e alterar o rumo de degradação que tem afetado o 1º Ciclo do Ensino Básico, a FENPROF apresentou a campanha nacional "1º CEB: caminhos para asua valorização", que será "um grito de protesto e exigência", contra o "massacre" sofrido particularmente na última década. A primeira iniciativa  decorreu esta manhã em Matosinhos. Em foco esteve a constituição de turmas/alunos com necessidades educativas especiais.

O encontro com os jornalistas, em que foi anunciada a campanha,  teve lugar há dias na EB1 Mestre Arnaldo Louro de Almeida, na Praça Nuno Gonçalves, em Lisboa. Estiveram presentes professores do agrupamento e dirigentes da FENPROF, entre os quais o Secretário Geral, Mário Nogueira, o Coordenador Nacional do Departamento do 1.º Ciclo do Ensino Básico, Manuel Micaelo; Dulce Carvalho (SPGL) e Celeste Duarte (SPRC).

Mário Nogueira fez um balanço da situação que se vive hoje no setor e Manuel Micaelo ("é mesmo urgente respeitar a criança e dignificar os professores") deu pormenores da campanha, que terá como momentos destacados as sessões previstas para Matosinhos (3/02/2016), Coimbra (11/02), Sintra (18/02), Região Autónoma da Madeira (19 e 20/02), Évora (23/02) e Região Autónoma dos Açores (1/03).

O 1.º Ciclo do Ensino Básico é essencial no percurso escolar dos alunos. É nele que estes adquirem conhecimentos, desenvolvem capacidades e constroem competências básicas que se manifestarão fundamentais no futuro de cada um. Apesar disso, os governos, em particular o último, desinvestiram completamente neste setor de ensino que hoje vive problemas gravíssimos de organização pedagógica e de capacidade de resposta face às crescentes solicitações com que se confronta.
Os últimos anos foram marcados pelo encerramento de milhares de escolas, pelo retorno das turmas com diversos anos de escolaridade, pela perda de apoios necessários a milhares de crianças, por uma organização pedagógica que é de bradar aos céus, por horários de trabalho (de professores e alunos) desfeitos pela gula economicista do governo anterior, por um regime de coadjuvação que não o é nem deixa de ser, pelos mega-agrupamentos que tudo esmagam e por um desrespeito enorme do poder político e de muitos dos chamados superiores hierárquicos em relação aos docentes deste setor.
Não surpreende, pois, que cresçam os gritos de revolta dos professores e a FENPROF quer ampliá-los para que os problemas deixem de ser ignorados e passem a ser resolvidos.
Hoje, havendo uma equipa ministerial na Educação que tem demonstrado sensibilidade pelos problemas e resolvido alguns, mais se justifica ainda que se denunciem os problemas do 1.º Ciclo, que têm vindo a agravar-se, é tempo de chamar a atenção para o que se passa no 1.º Ciclo e se lute pela sua resolução. Não apenas em nome dos professores, mas, essencialmente das crianças que são vítimas de políticas que as desrespeitam.
Com esse objetivo, a FENPROF irá desenvolver a Campanha Nacional “Pela Valorização do 1.º Ciclo”, que, ao longo de um mês, percorrerá todo o país, incluindo as regiões autónomas. Professores, pais e outros atores educativos darão voz à denúncia e a FENPROF apresentará propostas concretas visando uma profunda alteração da situação negativa que se vive.
A apresentação da Campanha Nacional “Pela Valorização do 1.º Ciclo” terá lugar na próxima quinta-feira, dia 28 de janeiro, pelas 11 horas, em Conferência de Imprensa que decorrerá no palco dos acontecimentos: uma Escola Básica do 1.º Ciclo. A EB1 Mestre Arnaldo Louro de Almeida, situada na Praça Nuno Gonçalves, em Lisboa.
Estarão presentes professores do agrupamento e dirigentes da FENPROF, entre os quais, o Secretário-Geral da FENPROF e o Coordenador Nacional do Departamento do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Gostaríamos de poder contar com os/as Senhores/as Jornalistas nesta Conferência de Imprensa para que possamos dar a conhecer problemas que têm vindo a agravar-se, abafados, porém, pelas paredes de cada sala de aula.

O 1.º Ciclo do Ensino Básico, primeira etapa do ensino obrigatório, é essencial no percurso escolar dos alunos. É nele que estes adquirem conhecimentos, desenvolvem capacidades e constroem competências básicas que se manifestarão fundamentais no futuro de cada um, como assinala a FENPROF.

Apesar disso, como sublinhou Mário Nogueira, os governos, em particular o último, desinvestiram completamente neste setor de ensino que hoje vive problemas gravíssimos de organização pedagógica e de capacidade de resposta face às crescentes solicitações com que se confronta.

5 000 escolas encerradas

Os últimos anos foram marcados...

  • pelo encerramento de mais de 5 000 escolas do 1º CEB
  • pelo retorno das turmas com diversos anos de escolaridade 
  • pela perda de apoios necessários a milhares de crianças
  • por uma organização pedagógica desregulada
  • por horários de trabalho (de professores e alunos) desfeitos pela gula economicista do governo anterior 
  • por um regime de coadjuvação que não o é nem deixa de ser 
  • pelos mega-agrupamentos que tudo esmagam e por um desrespeito enorme do poder político e de muitos dos chamados superiores hierárquicos em relação aos docentes deste setor.

Não surpreende, pois, que cresçam os gritos de revolta dos professores e a FENPROF quer ampliá-los para que os problemas deixem de ser ignorados e passem a ser resolvidos.

Chamar a atenção 
para o que se passa no 1.º Ciclo

Hoje - havendo uma equipa ministerial na Educação que tem demonstrado sensibilidade pelos problemas e resolvido alguns - mais se justifica ainda que se denunciem os problemas do 1.º Ciclo, que têm vindo a agravar-se, num cenário profundamente marcado por sucessivos cortes orçamentais.

É tempo de chamar a atenção para o que se passa no 1.º Ciclo e se lute pela sua resolução. Não apenas em nome dos professores, mas, essencialmente das crianças que são vítimas de políticas que as desrespeitam.

É com esse objetivo que a FENPROF avança com a  Campanha Nacional “pela valorização do 1.º Ciclo” - "quase uma campanha SOS" - , que, ao longo de um mês, percorrerá todo o país.

Professores, pais e outros atores educativos darão voz à denúncia e a FENPROF apresentará propostas concretas visando uma profunda alteração da situação negativa que se vive. No fim será elaborado um dossiê.

 Depoimentos

 Declarações do Secretário Geral da FENPROF

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A qualidade do ensino e o papel das equipas educativas

Em perspetiva um dossiê que será entregue ao ME e aos deputados

Da monodocência pura e dura a turmas com 4 e mais professores...

Problemas do 1º CEB em foco na reunião no ME na próxima segunda-feira


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