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ENTRE OUTRAS INICIATIVAS, FENPROF APOIARÁ OS PROFESSORES NA OBTENÇÃO DE EQUIVALÊNCIA DA SUA HABILITAÇÃO AO SISTEMA EUROPEU DE CERTIFICAÇÃO

Contestação ao "exame da Cambridge" mantém-se e falta de rigor do IAVE na "convocação" dos docentes confirma-se

17 de março, 2015

As ações promovidas pelo IAVE, no âmbito do acordo que celebrou com a Cambridge, estão a provocar a contestação generalizada dos docentes de Inglês à formação e à avaliação que lhes está a ser imposta, no âmbito da aplicação do Preliminary English Test. O desrespeito que o IAVE/MEC revela pelos professores, pelo seu trabalho, pelos alunos e pelas escolas é cada vez mais notório em cada dia que passa. Este é o denominador comum das queixas que têm chegado aos Sindicatos da FENPROF, através dos professores convocados para esta formação.

Para se ter uma ideia de como os docentes estão a ser convocados, repare-se no exemplo: os professores que iniciaram a sua formação ontem, segunda-feira, pelas nove horas da manhã, foram “convocados” pelo IAVE/MEC, via mail, na sexta-feira às 23 horas. Como muitos não consultaram o mail durante o fim de semana, só souberam dessa “convocatória” quando chegaram às respetivas escolas, durante a manhã de segunda, só comparecendo no local da ação já de tarde. Outros souberam ainda no fim de semana, mais precisamente no domingo, quando receberam no seu telemóvel a seguinte mensagem: “De Pedro Carvalho: Bom dia. Retificação da data de formação: 17 e 18 de março. Por favor, consulte o seu email. Obrigado. IAVE-DSAE. Please no reply”. E foi desta forma que souberam que tinham a “convocatória” no mail. Há forma mais desqualificada e desrespeitadora de convocar os professores? Provavelmente haverá e o IAVE/MEC estará a estudá-la.

Outro aspeto que tem merecido uma grande contestação dos professores, para além, naturalmente, da anulação de aulas em momento tão importante do ano letivo, é a avaliação a que o MEC os quer sujeitar no âmbito desta formação. Estes são motivos que fazem aumentar a legítima indignação dos professores, que se sentem usados e abusados neste serviço que o MEC quer que prestem a uma entidade estrangeira!

A contestação dos professores tem-se sentido de várias formas: contestação junto do formador no início das sessões, não comparência à formação ou recusa de realizarem o teste que consideram uma afronta à sua dignidade profissional e põe em causa a sua formação e competência profissionais.

Só dois exemplos: hoje, em Lisboa, na Escola António Damásio, dos 24 professores presentes, cerca de metade recusou realizar o teste; e em Évora, na Escola André de Gouveia, de 24 professores, 21 recusaram a fazer o teste. Este é o panorama que nos chega um pouco de todo o país, em cada dia que passa.

A FENPROF continuará a acompanhar este processo e, para além das minutas de requerimento já divulgadas e que se encontram na sua página Web (requerimento de dispensa; requerimento para pagamento de serviço extraordinário), irá:

- Apresentar, como já havia divulgado, pré-aviso de greve a todo o serviço relacionado com este “exame da Cambridge”, para o período compreendido entre 7 de abril e 6 de Maio de 2015. A FENPROF convidou outras organizações sindicais de professores a subscreverem esta convocatória de greve, tornando ainda mais ampla a contestação ao abuso e ao desrespeito a que os professores de Inglês estão a ser sujeitos;

- Organização de uma ação, a apresentar nos tribunais, em representação dos interesses coletivos dos seus associados, para que sejam dispensados de uma tarefa que não constitui seu dever profissional;

- Apoio jurídico a ações individuais que os docentes pretendam apresentar, caso os seus requerimentos sejam indeferidos;

- Divulgação de minuta junto de todos os professores de Inglês para que requeiram a equivalência da sua habilitação profissional ao sistema europeu de transferência de créditos, vendo assim reconhecida a sua formação dentro do espaço europeu de livre mobilidade.

O Secretariado Nacional da FENPROF
17/03/2015