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Ensino Português no Estrangeiro

Decisão do Governo suíço coloca os professores abaixo do limiar da sobrevivência

15 de janeiro, 2015

Quando hoje todos tomaram conhecimento da decisão da paridade do franco suíço face ao euro poucos foram os que tiveram em consideração que a medida assumida iria agudizar a já precária sobrevivência dos professores a trabalhar no EPE (Ensino Português no Estrangeiro) na Suíça.

Como se não fossem já vítimas da agressividade dos enormes cortes efetuados em nome de uma dívida que não fizemos, de uma austeridade para a qual não contribuímos, o governo suíço decidiu hoje dar uma machadada nos já depauperados salários dos professores a trabalhar na Suíça.

Embora os números das tabelas salariais posam induzir as pessoas em dúvidas ou erros de leitura, a realidade é muito mais do que evidente e crua.

Aliás, quem confunde as tabelas públicas com a realidade dos salários efetivamente auferidos por estes docentes desconhece os cortes brutais que os mesmos têm sofrido desde 2011. O mesmo tem acontecido em todos os países onde funciona a rede do ensino português no estrangeiro. Só com muito esforço e abnegação os professores têm sobrevivido às imposições ditadas pelo custo de vida dos diversos países com todos os custos adicionais em termos pessoais e sociais.

Continuamos a ser os “parentes pobres” que coabitam com os colegas de docência dos países em que trabalham estes profissionais que, cada vez mais veem minguados os seus proventos.

Basta!

É tempo de dizer basta! Basta de tanta desigualdade! Basta de tanto tratamento diferenciado. Num momento em que se apregoa que novos ventos sopram no sentido de uma bonança, de melhores tempos, a realidade é muito mais cruel e fere no mais elementar direito que pode assistir a um trabalhador: ter um salário que lhe permita ter uma existência digna e que ainda lhe permita manter a última característica a retirar  um ser humano: dignidade.

O Sindicato dos Professores no Estrangeiro exige uma atitude imediata do responsável político e tutelar do ensino português no estrangeiro no sentido de repor, no imediato os meios que permitam a continuação e a permanência de todos os professores bem como de todos os funcionários consulares e diplomáticos abrangidos por esta medida unilateral e inesperada do governo suíço.

Exigimos uma imediata tomada de posição, por parte do Governo português no sentido de possibilitar a continuidade da docência bem como do trabalho dos profissionais em funções consulares e diplomáticas.

A Comissão Executiva do SPE/FENPROF
15/01/2015