Carreira Docente
Na cegueira de impor a iníqua prova de acesso

MEC soma tropelia em cima de tropelia...

16 de dezembro, 2013

A prova não tem justificação séria e é uma ofensa a toda a profissão docente. Não decorre de qualquer estudo ou parecer. Remete (inaceitáveis) desconfianças para quem não deve. O MEC embalou-a numa argumentação que é um repositório de falsidades. Obriga as escolas a um esforço injustificável em cima do complexo trabalho de finalização do período letivo. Alimenta, sobranceiramente, ansiedades e apreensões desnecessárias. Fomenta despesas desnecessárias e recorre à cobrança de “propinas” sobre quem o MEC quer arredar da profissão, extorquindo dinheiro até aos professores que lançou deliberadamente no desemprego.

Mas, para além das questões de fundo que fazem da prova de acesso uma medida política inaceitável, o MEC soma tropelia em cima de tropelia na sua ânsia de conseguir, a qualquer custo, aplicar a prova pela primeira vez para, a seguir, a generalizar como ameaça sobre todos os professores e educadores portugueses.

Para resolver os prejuízos sobre docentes que não poderão realizar a prova por estarem em período de gravidez, incluindo gravidez de risco, e de licença de maternidade ou paternidade não foram apresentadas eventuais soluções pelo MEC, que não seja, na sua ótica desumana, ficarem pelo menos um ano sem poderem concorrer.

A essas situações acrescem outras. É o caso de docentes que têm estado a contactar os sindicatos em virtude de verem marcada a realização da prova para uma localidade distante da sua residência, obrigando a deslocações e despesas significativas que, por estarem desempregados e/ou por não disporem de automóvel, não poderão efetuar. Há professores que preveem não poder, sequer, comparecer, mesmo tendo já feito o pagamento dos montantes que o MEC cobrou para tal efeito.

Continuam os sindicatos a ser contactados, também, por professores que, sendo portadores de deficiência visual não conseguem obter, nem sequer junto das escolas onde supostamente iriam realizar a prova, confirmação de que serão acauteladas as adaptações de que necessitam. Não obstante terem interpelado o MEC e o Júri Nacional da Prova, não mereceram da parte de quem devia uma resposta que minimizasse a sua compreensível ansiedade.

As razões já eram mais do que suficientes mas, a cada dia que passa, avolumam-se: o que o MEC tem de fazer é suspender a realização da estúpida prova de acesso. Se o não fizer e se, entretanto, ela não cair por outros motivos, no dia 18 os professores responderão a esta injúria com uma forte adesão à greve convocada pela FENPROF e por todas as outras organizações sindicais que não abandonam esta importante luta.

O Secretariado Nacional da FENPROF
16/12/2013