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GREVE NA EDUCAÇÃO É DAS MAIS EXPRESSIVAS DE SEMPRE!

30 de novembro, 2007

São milhares as escolas encerradas em todo o país; concelhos inteiros sem aulas; agrupamentos de escolas com todos os estabelecimentos encerrados; centenas de milhar de alunos sem qualquer aula e, se juntarmos os que não tiveram as aulas todas, são mais de um milhão os alunos afectados. Esta situação vive-se de norte a sul do país e nas regiões autónomas, permitindo afirmar que estamos perante uma das maiores greves de sempre realizadas pelos professores no âmbito da Administração Pública.

Ou seja, estamos perante um dos maiores protestos de sempre contra a política do Governo na AP, as medidas que tem vindo a impor aos trabalhadores [no imediato, relacionadas com a imposição de uma revisão salarial que desvalorizará de novo os salários, a redução das pensões de aposentação e a aplicação da mobilidade especial (supranumerários)] e a postura anti-negocial e antidemocrática que tem vindo a revelar em todos os processos que deveriam ser negociais.

Para além das escolas encerradas, há a registar, ainda, a forte adesão dos professores à greve. Apesar das dificuldades em obter dados, devido ao encerramento das escolas, os números que chegam traduzem uma significativa subida da taxa de adesão. Há muitas escolas com níveis superiores a 80% e mesmo nas que apresentam valores abaixo desse registo, a tendência é para uma grande subida da adesão que chega a triplicar em relação à última greve realizada.

Esta reacção dos educadores e professores não surpreende, pois ao contrário do que a Senhora Ministra tem vindo a afirmar, existe um grande descontentamento na classe, pelo que o protesto dos docentes se dirige também às políticas educativas que têm vindo a ser desenvolvidas e às consequências, já muito visíveis, da aplicação do Estatuto da Carreira Docente imposto pelo Governo em 19 de Janeiro.
Nas reuniões realizadas nas escolas ao longo do mês de Novembro foi visível esse grande descontentamento que hoje se confirma com a adesão à greve. Espera-se que o Governo e a equipa ministerial em particular, entendam, de uma vez por todas, qual o sentimento dos professores e alterem o rumo das suas políticas que têm passado por um grande ataque a estes profissionais.

Em todo o País, a excepção parecem ser as aulas de cursos profissionais e CEF's, na medida em que o ME fez saber, através de diversas direcções regionais, que os professores que fizessem greve teriam de repor as aulas noutro dia. Esse assunto, ontem amplamente discutido na reunião realizada no ME, mereceu um grande protesto por parte da FENPROF, pois configura uma clara intromissão no direito à greve dos professores.
A FENPROF entende que os professores, caso, noutro dia, venham a prestar o serviço previsto para hoje esse deverá ser considerado como serviço extraordinário. Se isso não acontecer, a FENPROF apoiará todos os colegas que pretendam recorrer do facto. A FENPROF colocará, ainda, esta questão na Comissão de Trabalho da Assembleia da República.

Dada a quantidade de dados que já estão disponíveis, a FENPROF apelas aos senhores jornalistas para que consultem a sua página electrónica (www.fenprof.pt) onde poderão obter um conjunto de dados em actualização permanente.

O Secretariado Nacional da FENPROF
30/11/2007